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terça-feira, 12 de outubro de 2010

REGRESSÃO E TERAPIA DE VIDAS PASSADAS
 Numa conceituação ampla, agregando a realidade espiritual, a regressão de memória é o processo provocado ou espontâneo, por meio do qual o espírito, encarnado ou desencarnado, fica em condições de relembrar o passado, seja da vida atual, seja de existências anteriores. No âmbito das lembranças de existências remotas, inclui-se o debate sobre a Terapia de Vidas Passadas (TVP), uma linha de psicoterapia que trabalha com a hipótese científica da reencarnação.
Cumpre ressaltar que diversos profissionais das ciências médicas e psicológicas têm alertado à população sobre a aplicação destas técnicas por profissionais não habilitados. Embora não existam estatísticas, é cada vez maior o número de pacientes que têm seu estado agravado depois de passar por pessoas que se apresentam como terapeutas, mas não têm qualificação para exercer a atividade. Uma das conseqüências, segundo ele, é o surgimento de doenças psicossomáticas.
Ainda, o objeto da TVP é a reencarnação e por se tratar de um princípio religioso, é objeto da religião e não da Psicologia. Dessa maneira, fica claro que a TVP não se constitui em prática ou técnica psicológica, nem se coaduna com os estudos e teorias da Psicologia. Portanto, maior ainda deve ser o cuidado ao se procurar estas técnicas.
SOBRE A TERAPIA DE VIDAS PASSADAS
A TVP parte do pressuposto de o estado atual do ser - qualidades, defeitos, pontos fracos e fortes, temperamento, caráter – é produto das experiências agradáveis e desagradáveis vivenciadas desde a criação. Em outras palavras, estabelece-se na compreensão de que os eventos da vida não nada acontecem à toa. Fatos felizes e infelizes têm uma causa anterior.
Muitas pessoas buscam os recursos da TVP por motivos fúteis, submetendo-se ao tratamento para saber se foi algum rei ou rainha em outra época. Outro motivo de grande procura é a curiosidade de reconhecer parentes atuais em nossas vidas passadas. Por outro lado, inúmeras pessoas encontraram benefícios evidentes no enfrentamento de quadros como a depressão, fobias e a síndrome do pânico, através da proposta de quebrar o círculo vicioso do passado, mudando padrões de comportamento por meio da reforma íntima.
COMPREENSÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA
O Espiritismo, sendo uma doutrina reencarnacionista, ensina o princípio das múltiplas encarnações do Espírito, as quais visam à evolução do ser. Contudo, não se pratica, como terapêutica espírita, nenhuma técnica que vise conduzir alguém a reviver momentos de suas existências pregressas. O que temos, de fato, são alguns pesquisadores espíritas da TVP - Terapia de Vivências Passadas - que trabalham experimentalmente com ela, o que não significa que o Espiritismo pregue ou avalize a sua aplicação.
É bem verdade que uma das grandes objeções à Reencarnação, assenta-se no fato de não conseguirmos nos lembrar de nossas existências anteriores. Não se pode negar que as pesquisas com regressão de memória vêm apresentando elementos experimentais que se contrapõem a este argumento, demonstrando que, em estados alterados de consciência, tais lembranças podem ser manifestadas.
Existem casos em que pessoas conseguem se recordar de outras vidas naturalmente, seja em sonho ou durante o transe sonambúlico, sem qualquer espécie de indução hipnótica ou magnética. Kardec, ao comentar as respostas dos Espíritos sobre o esquecimento do passado, em ‘O Livro dos Espíritos’, apresenta argumentos que justificam esta possibilidade:
"Mergulhado na vida corpórea, perde o Espírito, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as cobrisse. Todavia, conserva algumas vezes vaga consciência dessas vidas, que, mesmo em certas circunstâncias, podem ser reveladas. Esta revelação, porém, só os Espíritos superiores espontaneamente lha fazem, com um fim útil, nunca para satisfazer a vã curiosidade" (comentários de Allan Kardec à questão 339 de ‘O Livro dos Espíritos’ – grifo nosso).
Mesmo quando não nos lembramos de nada - o que é regra geral - aí também se revela a sabedoria de Deus. Ao reencarnarmos, trazemos projetos traçados na Vida 
Espiritual, de refazer relacionamentos fracassados, de corrigir erros cometidos e galgar degraus evolutivos mais altos.
Se lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos que nos foram infligidos, não teríamos condições de conviver com as pessoas que nos prejudicaram, ou a quem prejudicamos. Podemos ter grandes inimigos do passado como nossos filhos ou irmãos, a fim de, justamente, nos reconciliarmos com eles.
E, ainda que os sentimentos entre os Espíritos fossem de afeto, como um filho conviveria com uma mãe que ele soubesse ter sido sua esposa ou filha, noutra encarnação? Teríamos maturidade e equilíbrio o bastante para entender situações como esta? Para a maioria de nós, já é difícil o bastante conviver com as dores, conflitos e ressentimentos da vida presente... O esquecimento do passado torna tudo mais fácil, quando fecha nossos olhos para as vidas anteriores.

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