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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

 VISÃO ESPÍRITA SOBRE A PÍLULA DO DIA SEGUINTE
Esta discussão foi retomada quando o Ministério da Sáude anunciou que pretende distribuir gratuitamente, cerca de 200 mil cartelas do medicamento. Segundo informações publicadas no Portal G1 em janeiro, o Governo Federal investiu R$ 115 mil na compra dos medicamentos, que serão entregues nos postos de saúde e hospitais de 1.300 cidades do país.

O QUE É A PÍLULA DO DIA SEGUINTE?
A pílula do dia seguinte chegou às famácias brasileiras em 2004 e começou a ser distribuída na rede pública. Trata-se de uma cartela de dois comprimidos com hormônios que têm a missão de dificultar a fecundação e, conseqüentemente, a gravidez. Bem antes disso, ginecologistas já receitavam combinações de anticoncepcionais com efeito idêntico às clientes inseguras com as conseqüências de uma relação sexual sem proteção ou marcada por incidentes como o estouro da camisinha.
O medicamento torna mais lenta a movimentação das trompas, dificultando o percurso do óvulo e o seu encontro com o espermatozóide, momento em que se dá a fecundação. Além disso, acelera o crescimento do endométrio, a camada que reveste o útero, antecipando a menstruação e impedindo a implantação do óvulo. De acordo com especialistas, o medicamento não funciona em cerca de 15% dos casos e as chances de funcionar são maiores se a pílula for tomada até 12 horas após a relação sexual.
De acordo com pesquisa realizada pela ginecologista Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa Estadual de Saúde do Adolescente de São Paulo, houve um aumento de 80% no uso do remédio em três anos. O estudo foi feito com 178 garotas com menos de 20 anos. Um dado preocupante do estudo aponta que as garotas estão preocupadas em evitar a gravidez indesejada, mas, ao mesmo tempo, não estão tomando as devidas precauções para que isso não aconteça, tais como o uso de anticoncepcionais e preservativos. 60% das jovens que recorreram à pílula do dia seguinte fizeram sexo sem preservativo e não estavam usando nenhum outro método anticoncepcional.

A PÍLULA É ABORTIVA?
"Não entendi o motivo da condenação da pílula do dia seguinte, uma vez que a concepção se dá mais ou menos 72 horas após a relação sexual e a pílula, para ter eficácia tem que ser tomada até 12 horas após a relação, ou seja, não houve concepção. Logo, não é abortiva." Este questionamento foi feito por uma leitora do periódico espírita "Luz do Evangelho", de Curitiba/PR. Eurípedes Kühl, médium psicógrafo e escritor espírita, autor dos livros “Genética e Espiritismo” e “Genética...Além da Biologia”, para responder a questão, procurou o Centro de Reprodução de Ribeirão Preto/SP, reconhecido nacionalmente pelo consagrado trabalho em Reprodução Humana.
Das informações prestadas pelo Centro, não há certeza entre cientistas-biólogos de todo o mundo de que a fecundação ocorre por volta de 72 horas após a relação sexual. Além disso, o tempo de percurso do espermatozóide para o encontro com o óvulo é indefinido, uma vez que devem ser considerados fatores como a motilidade variável do espermatozóide em razão da sua qualidade, a permanência ativa do espermatozóide no ambiente feminino por até 7 dias e, principalmente, a "disponibilidade" do óvulo. Havendo óvulo à disposição, a fecundação pode ocorrer bem antes de decorridas 24 horas do ato sexual. Não havendo óvulo ou ele estando ainda em movimentação do ovário para o útero, a fecundação pode demorar dias para ocorrer, dependendo de quando o óvulo será encontrado pelos espermatozóides.
Ciente disso, pode-se afirmar que as pílulas de emergência têm duas funções, dependendo da época do ciclo em que a mulher se encontrar. Caso a ovulação ainda não tenha ocorrido, ela funciona como um anovulatório, ou seja, age de forma semelhante aos anticoncepcionais. Impedida a próxima ovulação, a possibilidade de gravidez está descartada. Caso a mulher já tenha ovulado e este óvulo chega a ser fecundado pelo espermatozóide, o remédio então age impedindo a implantação do óvulo fecundado no útero.
Neste ponto começa a polêmica científica. Para alguns estudiosos, a vida começa a partir do encontro entre óvulo e espermatozóide. Neste caso, a pílula seria considerada abortiva. Uma grande parte dos cientistas, no entanto, fazem uma distinção entre fecundação e gravidez, alegando que só existe gravidez depois que houve a implantação do óvulo fecundado no útero. Para estes, a pílula do dia seguinte não parece ser capaz de interromper o processo de implantação do óvulo fecundado, mas mesmo que o medicamento tenha essa ação, tais cientistas afirmam que não haver aborto, uma vez que não houve gravidez. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a gravidez tem início após a implantação do óvulo fecundado no útero.
Do ponto de vista espírita, não há informações da espiritualidade especificamente sobre o assunto, uma vez que, à época da Codificação, este não era um tema presente nos círculos acadêmicos. No entanto, com base nos ensinamentos gerais emanados do Plano Maior, particularmente em "O Livro dos Espíritos" e nas obras de André Luiz, com destaque ao livro "Missionários da Luz", que dedica um capítulo inteiro sobre a magnitude da fecundação, podemos depreender que a ligação do Espírito com o novo corpo físico se dá no preciso momento da fecundação.
Como vimos, nem mesmo a ciência consegue precisar quando que a fecundação ocorre: se horas ou dias após a relação sexual. Portanto, o bom senso com que o estudo da Doutrina Espírita amplia nossa compreensão recomenda que jamais se deve arriscar: prudente será evitar o consumo da pílula, uma vez consumada a relação, para que mulheres e homens não sejam solidários com ato contra a vida humana.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

 
DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DO TRABALHADOR AO CENTRO ESPÍRITA
O espírita não deve se afastar dos círculos sociais, a pretexto de dedicar-se exclusivamente à atividade no Centro Espírita. Na opinião de Joanna de Angelis, tal atitude "constitui uma violência à lei natural, caracterizando-se por uma fuga injustificável às responsabilidades do dia-a-dia" (capítulo 31 do livro 'Leis Morais da Vida', psicografado por Divaldo Franco).  E acrescenta: "isolar-se a pretexto de servir ao bem não passa de uma experiência na qual o egoísmo predomina, longe da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e da caridade" (grifo nosso). É verdade que a carência de trabalhadores nas instituições espíritas pode justificar uma dedicação maior de certos seareiros, mas esta deveria ser uma condição excepcional e não permanente.
Enquanto Lei Natural, o intercâmbio social deve ser cultivado. Porém, de maneira saudável e equilibrada. Neste sentido, encontramos no capítulo XVII de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo' o seguinte trecho: "vivei com os homens do vosso tempo, como devem viver os homens. Sacrificai-vos às necessidades e até mesmo às frivolidades de cada dia, mas fazei-o com o sentimento de pureza que as possa purificar". Não podemos, pois, a título de cumprimento das necessidades da vida social, submetermo-nos aos hábitos menos dignos e aos vícios.
Há de se considerar ainda que os corações despertos para a verdade do Evangelho começam a compreender os verdadeiros valores da vida, direcionando seu interesse muito mais às coisas eternas do que às frivolidades da vida terrestre. Muitos trabalhadores espíritas deixam pouco a pouco estes círculos de amizade e vivência social por não coadunarem mais com certas práticas e propósitos. Seu pensamento está voltado para os ideais renovadores e suas energias e forças focalizados na regeneração e redenção, na iluminação do próprio caminho.
Já ao Centro Espírita, compete organizar suas atividades de acordo com as demandas da sociedade onde está inserido e com a disponibilidade de seareiros. Naturalmente, este cuidado não é exclusivo do Centro, uma vez que o trabalhador também deve avaliar suas reais possibilidades de contribuir com os trabalhos da Casa. André Luiz, ao tratar sobre a conduta do espírita perante si mesmo, orienta que o trabalhador deve "recusar várias funções simultâneas nos campos sociais e doutrinários, para não se ver na contingência de prejudicar a todas". E acrescenta que é recomendável "efetuar compromissos apenas no limite das próprias possibilidades" (capítulo 18 do livro 'Conduta Espírita', psicografado por Waldo Vieira).
O excesso de atividades devem ser evitados principalmente quando estejam provocando desgastes evidentes no corpo físico. Dispomos da vestimenta carnal enquanto veículo das experiências reparadoras e regenerativas do Espírito. A realização de esforços superiores à própria capacidade e resistência físicas constitui um abuso das energias corpóreas. Somados às manifestações sentimentais intempestivas, eles podem resultar inclusive em suicídio lento.
Ainda, considera-se lamentável quando o trabalhador assume inúmeras atividades no Centro Espírita apenas com o propósito de se afastar das tarefas permanentes que lhe compete no seio do lar, nas relações com aqueles que lhe são os próximos mais próximos. O lar é o primeiro campo da experiência terreno, cadinho redentor onde devemos iniciar nossas boas obras. No cumprimento das obrigações de cônjuge, pai e filho, no desempenho das lides do mundo e dos justos deveres com aqueles que nos comungam a consangüinidade, precisamos demonstrar os sinais inequívocos de nossa fé e de nosso ideal cristão. Nas palavras de Paulo de Tarso, "se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel" (I Timóteo, 5:8).
Por fim, ressaltamos que a mensagem espírita deve sempre ser evidenciada em nossas atitudes, independente de onde estejamos. Nas palavras de Joanna de Angelis:
Atesta a tua confiança no Senhor e a excelência da tua fé mediante a convivência com os irmãos mais inditosos do que tu mesmo.
Sê-lhes a lâmpada acesa a clarificar-lhes a marcha.
Nada esperes dos outros.
Sê tu quem ajuda, desculpa, compreende.
Se eles te enganam ou te traem, se te censuram ou exigem-te o que te não dão, ama-os mais, sofre-os mais, porquanto são mais carentes de socorro e amor do que supões.
Se conseguires conviver pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los companheiros, terás logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre refletido no trato, no intercâmbio social com os que te buscam e com os quais ascendes na direção de Deus.
(Capítulo 31 - Intercâmbio Social, do livro 'Leis Morais da Vida', psicografado por Divaldo Franco).

terça-feira, 26 de outubro de 2010

 
CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIVÓRCIO E A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO
Ao tratar sobre o matrimônio em 'O Livro dos Espíritos', Allan Kardec, na questão 695, indagou se "o casamento, ou a união permanente de dois seres, é contrária à lei natural". De pronto, os mensageiros do além responderam que é um progresso na lei natural. A união livre e casual dos sexos é um estado natural. O casamento é um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e aparece entre todos os povos, ainda que em condições diversas. A abolição do casamento seria o retorno à infância da humanidade e colocaria o homem até mesmo abaixo de alguns animais que dão exemplo de uniões constantes.
Por outro lado, a idéia de que o casamento não pode ser absolutamento dissolvido, conforme a obra primeira do Espiritismo, é uma lei humana muito contraria à lei natural. Isso porque a falta de simpatia entre os seres que têm de viver juntos é fonte de desgostos e amarguras, que envenena toda a existência. Mas, alerta a Espiritualidade, em geral somos nós mesmos os principais responsáveis por essas infelicidades. Primeiro, porque os homens acreditam que Deus obriga os seres a ficar com aqueles que os desagradam, criando suas leis com base nesta compreensão equivocada. Segundo, porque na maioria das uniões as pessoas procuram mais a satisfação do orgulho e da ambição do que a felicidade de uma afeição mútua.
Portanto, o Espiritismo considera a união entre duas pessoas como um ato de responsabilidade mútua, que deverá ser cumprido dentro dos princípios do respeito, da afetivadade e da caridade.
A Doutrina não defende a tese da indissolubilidade do casamento. O divórcio não é contrário a lei de Deus, mas a rigor não deve ser facilitado. O casamento será sempre um instituto benemérito. É bem verdade que existem uniões extremamente complicadas e Deus jamais institui princípios de violência. Nestes casos, com o objetivo de evitar situações que agravem mais ainda os próprios débitos, dispõem os cônjuges da faculdade de interromper, recusar, modificar ou adiar o desempenho dos compromissos que abraçaram pelo matrimônio.
O divórcio, pois, baseado em razões razoáveis, é providência humana e claramente compreensível nos processos de evolução pacífica. Submetidos às vezes aos limites máximos da resistência, é natural que o esposo ou a esposa, relegado a sofrimento indébito, se valha do divórcio por medida radical contra o suicídio, o homicídio ou calamidades outras que lhes complicariam ainda mais o destino, como ensina Emmanuel no livro "Vida e Sexo".
Portanto, compete ao Espírita tão-somente reconfortar e reanimar os irmãos em casamentos de provação, a fim de que se sobreponham às próprias suscetibilidades e aflições, vencendo as duras etapas de regeneração ou expiação que, quase sempre, rogaram antes do renascimento no Plano Físico, em auxílio a si mesmos.
Ainda, faz-se necessário desenvolver as qualidades da alma para possibilitar um ajustamento harmonioso entre os componentes do grupo familiar e, quando se instala o conflito, a recomendação é de que se procurem todos meios de resolução do problema antes de optar pela separação. Lembrando sempre que cada um responderá por seus atos, perante sua própria consciência e perante os fatos dos quais participou e foi causador.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Quando a morte vem até vossas famílias, levando, sem critério algum, os jovens antes dos velhos, muitas vezes dizeis: “Deus não é justo, porquanto sacrifica o que é forte e cheio de vida para conservar aqueles que viveram muitos anos plenos de decepções; leva aqueles que são úteis e deixa os que não servem para mais nada; parte o coração de uma mãe privando-a da inocente criatura que fazia toda a sua alegria.”
Humanos, é nisso que tendes necessidade de vos elevar acima do terra-a-terra da vida, para compreender que o bem muitas vezes está lá onde se acredita ver o mal, a sábia previdência onde se crê ver a cega fatalidade do destino. Por que avaliar a Justiça Divina pelo valor da vossa? Podeis pensar que o Mestre dos mundos queira, por um simples capricho, vos fazer sofrer penas cruéis? Nada se faz sem uma finalidade inteligente e, seja lá o que for, cada fato tem a sua razão de ser. Se procurásseis investigar minuciosamente todas as dores que vos atingem, nelas sempre iríeis encontrar a razão Divina, a razão regeneradora, e vossos insignificantes interesses teriam uma importância tão menor que vos os colocaríeis em último plano.
Acreditai em minhas palavras, a morte é preferível mesmo numa encarnação de 20 anos a esses desregramentos vergonhosos que angustiam as famílias honradas, destroem o coração de uma mãe e fazem embranquecer, antes do tempo, os cabelos dos pais. A morte prematura muitas vezes é um benefício que Deus concede àquele que desencarna e que assim fica resguardado das misérias que a vida apresenta, ou das tentações que poderiam causar a sua perdição. Aquele que morre na flor da idade não é vítima da fatalidade, Deus simplesmente julga que lhe é útil não permanecer mais tempo sobre a Terra.
É uma grande infelicidade, dizeis, que uma vida tão cheia de esperanças seja interrompida tão cedo. De quais esperanças quereis falar? Das esperanças da Terra, onde aquele que desencarnou poderia brilhar, fazer sua carreira e sua fortuna? Sempre essa visão estreita que não se pode elevar acima da matéria. Sabeis, por acaso, qual teria sido a sorte dessa visão tão plena de esperanças segundo a vossa avaliação? Quem vos garante que ela não seria carregada de amarguras? Então, considerais como nada as esperanças da vida futura, preferindo as da vida passageira que levais na Terra? Pensais que vale mais ter um lugar entre os homens do que entre os espíritos bem-aventurados?
Alegrai-vos em vez de chorar, quando Deus resolve retirar um de seus filhos desse vale de misérias. Não é egoísmo desejar que ele fique na Terra para sofrer convosco? Ah! Essa dor se concebe naquele que não tem fé, e que vê na morte uma separação eterna mas vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor desembaraçada de seu invólucro corporal; mães, vós sabeis que vossos filhos bem-amados estão perto de vós, sim, eles estão bem perto; seus corpor fluídicos vos cercam, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança os enche de alegrias, mas também as vossas dores sem razão os afligem, porque elas denotam falta de fé e porque são uma revolta contra a vontade de Deus.
Vós que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração, chamando esses entes bem amados, e se pedirdes a Deus que os abençoe, sentireis em vós consolações poderosas, dessas que secam as lágrimas e aspirações superiores que vos mostrarão o futuro prometido pelo soberano Mestre.

Sansom, antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, 1863
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, item 21.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

EUTANÁSIA: HOMICÍDIO COM PRETEXTO DE CONSOLAÇÃO E AMOR
 Em 'O Evangelho Segundo o Espiritismo', o Espírito São Luís alerta para que evitemos "abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque este minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro" (Capítulo V - Item 28).
O tema Eutanásia é suficientemente abordado nas obras básicas da Doutrina Espírita, especialmente no 'Livro dos Espíritos' e no 'Evangelho Segundo o Espiritismo'. Na obra primeira, os Espíritos Superiores que responderam aos questionamentos de Kardec informam ser culpado todo aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência, mesmo nos casos de morte inevitável, porque da mesma maneira que o suicídio, a Eutanásia constitui uma falta de resignação e de submissão à Vontade de Deus.
Inicialmente, argumentam os Benfeitores Espirituais que o homem não possui recursos inegáveis para inferir a proximidade da morte. Embora os diagnósticos apurados e as aparências de que o momento derradeiro tenha chegado, inúmero são os exemplos de pacientes que, mesmo desenganados pela medicina terrena, receberam o socorro inesperado, recuperando-se e gozando ainda longos anos de vida. Em outros casos, ocorre do doente, antes de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes suas faculdades. Esta hora de graça pode lhe ser de grande importância, pelas reflexões que possa promover e pelos tormentos que podem ser evitados num relâmpago de arrependimento.
Por outro lado, precisamos tomar consciência que estamos num Planeta de Provas e Expiações, de forma que tudo o que nos sucede é conseqüência de nossas existências anteriores ou dos desatinos da atual experiência corpórea. Estamos na Terra, pois, para concluirmos nossas provas. É bem verdade que devemos nos esforçar para amenizar nossas expiações, de acordo com a Lei de Amor e Caridade, mas é importante entender que o sofrimento, no final da vida na Terra, seja pela doença incurável, seja pelo desgaste natural do corpo físico, é uma das formas de aproveitamento do Espírito em contato com a matéria, resgatando faltas, ou progredindo através do sacrifício.
Cortar uma vida no final da reencarnação é suprimir a oportunidade que tem o Espírito de superar-se, levando, em sua volta ao Mundo Espiritual, a condição de vencedor. Nas palavras de Emmanuel, "a agonia prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do Espírito em marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida imortal" (resposta à questão 106 do livro 'O Consolador', psicografado por Chico Xavier).
Não cabe, portanto, a ninguém, o direito de fazer cessar o processo do sofrimento por meio da eutanásia, mesmo porque a morte do corpo não anula o fenômeno da necessidade específica de cada um, nos múltiplos estágios do crescimento espiritual.
JUNTO A UM LEITO DE DOR
Felizes da Terra! Quando passardes ao pé dos leitos de quantos atravessam prolongada agonia, afastai do pensamento a idéia de lhes acelerardes a morte!...
Ladeando esses corpos amarrotados e por trás dessas bocas mudas, benfeitores do plano espiritual articulam providências, executam encargos nobilitantes, pronunciam orações ou estendem braços amigos! Ignorais, por agora, o valor de alguns minutos de reconsideração para o viajor que aspira a examinar os caminhos percorridos, antes do regresso ao aconchego do lar. Se não vos sentis capacitados a oferecer-lhes uma frase de consolação ou o socorro de uma prece, afastai-vos e deixai-os em paz!...
As lágrimas que derramam são pérolas de esperança com que as luzes de outras auroras lhes roçam a face!... Esses gemidos que se arrastam do peito aos lábios, semelhando soluços encarcerados no coração, quase sempre traduzem cânticos de alegria, à frente da imortalidade que lhes fulgura do Além!...
Companheiros do mundo, que ainda trazeis a visão limitada aos arcabouços da carne, por amor aos vossos sentimentos mais caros, dai consolo e silêncio, simpatia e veneração aos que se abeiram do túmulo! Eles não são as múmias torturadas que os vossos olhos contemplam, destinadas à lousa que a poeira carcome... São filhos do Céu, preparando o retorno à Pátria, prestes a transpor o rio da Verdade, a cujas margens, um dia, também vós chegareis!...
André Luiz (do livro 'Sexo e Destino', psicografias de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, cap. 7, p. 272-273, 1. ed. especial, FEB).
EXPIAÇÃO
Considerando que a vida no corpo só se justifica para o Espírito se levar em conta a necessidade que tem de evoluir, até ao ponto de não mais estar sujeito à esteira extensa das reencarnações, é de boa oportunidade transcrever-se também o caso em frente, narrado no mesmo livro de Adelino (Chico de Francisco, Adelino da Silveira, 1. ed. Editora Cultural União, págs. 54-55). Chico visitou durante muitos anos um jovem que tinha o corpo totalmente deformado e que morava num barraco à beira de uma mata. O estado de alienado mental era completo. A mãe deste jovem era também muito doente e o Chico a ajudava a banhá-lo, alimentá-lo e a fazer a limpeza do pequeno cômodo em que moravam. O quadro era tão estarrecedor que, numa de suas visitas em que um grupo de pessoas o acompanhava, um médico perguntou ao Chico:
__ Nem mesmo neste caso a eutanásia seria perdoável?
__ Não creio, doutor, respondeu-lhe o Chico. Este nosso irmão, em sua última encarnação, tinha muito poder. Perseguiu, prejudicou e com torturas desumanas tirou a vida de muitas pessoas. Algumas o perdoaram, outras não e o perseguiram durante toda a sua vida. Aguardaram o seu desencarne e, assim que ele deixou o corpo, eles o agarraram e o torturaram de todas as maneiras durante muitos anos. Este corpo disforme e mutilado representa uma bênção para ele. Foi o único jeito que a Providência Divina encontrou para escondê-lo de seus inimigos. Quanto mais tempo agüentar, melhor será. Com o passar dos anos, muitos de seus inimigos o terão perdoado. Outros terão reencarnado. Aplicar a eutanásia seria devolvê-lo às mãos de seus inimigos para que continuassem a torturá-lo.
__ E como resgatará ele seus crimes? Inquiriu o médico.
__ O Irmão X costuma dizer que Deus usa o tempo e não a violência.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

SUICÍDIO
Em pesquisa recente, realizada pela (OMS) Organização Mundial da Saúde, no mundo inteiro o suicidio está entre ás cinco maiores causas de morte na faixa etária de 15 e 19 anos. Em vários países ela fica como primeiro ou segunda causa de morte entre meninos e meninas nessa mesma faixa etária. 
Sendo assim, a prevenção do suicídio entre crianças e adolescentes é de alta prioridade.
 De acordo com os Espíritos da Codificação, o suicídio é "efeito da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade" ('O Livro dos Espíritos', questão 943). Por outro lado, orientam que "a calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio" ('O Evangelho Segundo o Espiritismo', Capítulo V, item 14).
Em 'Temas da Vida e da Morte', Manoel Philomeno de Miranda fala da indestrutibilidade da consciência humana e alerta àqueles que pretendem "fugir ou esquecer" quanto ao sofrimento moral, que "tem início quando se elabora o programa da evasão" (psicografia de Divaldo Pereira Franco, p. 104). No livro 'O Consolador' (psicografia de Francisco Cândido Xavier, pergunta 154), Emmanuel se refere ao suicídio como "o maior de todos os desvios da vida humana, pela sua característica de falso heroísmo, de negação absoluta da lei do amor e de suprema rebeldia à vontade de Deus".
Em outra obra de excelente conteúdo doutrinário, Manoel Philomeno de Miranda ('Loucura e Obsessão', psicografia de Divaldo Pereira Franco, p. 307), afirma que "o suicídio é a culminância de um estado de alienação que se instala sutilmente. O candidato não pensa com equilíbrio, não se dá conta dos males que o seu gesto produz naqueles que o amam. Como perde a capacidade de discernimento, apega-se-lhe como única solução, esquecido de que o tempo equaciona sempre todos os problemas, não raro, melhor do que a precipitação. A pressa nervosa por fugir, o desespero que se instala no íntimo, empurram o enfermo para a saída sem retorno".
Os Benfeitores Espirituais citam ainda o "suicídio moral", quando o homem não resiste às paixões que, constituindo-se em verdadeiras necessidades físicas, apressam-lhe o fim. Nestes casos, "o homem é duplamente culpado, pois há nele falta de coragem e bestialidade, acrescidas do esquecimento de Deus" ('O Livro dos Espíritos', questão 952). Nestes casos, o Espírito é mais culpado do que aquele que age pelo desespero, pois "tem tempo de refletir sobre o seu suicídio. Naquele que o faz instantaneamente, há, muitas vezes, uma espécie de desvairamento, que alguma coisa tem da loucura" (questão 952a). Portanto, percebemos que as conseqüências do suicídio - como tudo na Lei Divina - são proporcionais à consciência que o culpado tem de suas faltas.
No 'Evangelho Segundo o Espiritismo' (capítulo X, item 16), Allan Kardec fala em "covardia moral" ao citar os maiores incitantes do suicídio: a incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro e as idéias materialistas. Argumenta que a "propagação das doutrinas materialistas é o veneno que inocula a idéia do suicídio na maioria dos que se suicidam", oferecendo ao homem o nada após a morte. O Espiritismo, por sua vez, através dos ensinos dos Espíritos e da experiência, demonstra que "a existência se prolonga indefinidamente para lá do túmulo, mas em condições muito diversas; donde a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; donde, em suma, a coragem moral".
"Conscientizar as criaturas a respeito das conseqüências do ato, no além-túmulo, das dores que maceram os familiares e do ultraje às Leis Divinas, é método salutar para diminuir a incidência dessa solução insolvável. Dialogar com bondade e paciência com as pessoas que têm propensão para o suicídio; sugerir-lhes dar-se um pouco mais de tempo, enquanto o problema altera a sua configuração; evitar oferecer bases ilusórias para esperanças fugazes que o tempo desmancha; estimular a valorização pessoal; acender uma luz no túnel do seu desespero, entre outros recursos, constituem terapia preventiva, que se fortalecerá no exercício da oração, das leituras otimistas, espirituais, nos passes e no uso da água fluidificada" ('Temas da Vida e da Morte', psicografia de Divaldo Pereira Franco, p. 100).
Necessário, pois, que o homem assuma as responsabilidades da vida e instrua-se, para que possa instruir, crianças, jovens e adolescentes  nas leis que lhe regem a existência, aprimorando-se e reunindo valores de que possa dispor nos momentos-desafio, a fim de superá-los e reorganizar-se para os futuros cometimentos até o instante em que se lhe encerre o ciclo biológico. Estará, então, liberado da matéria, mas mantido na vida.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010


O Exemplo dos pais



Capa da Revista do MêsQuis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir. – Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXII, item 3, ed. FEB.)
Nenhuma influência exercem os Espíritos dos pais sobre o filho depois do nascimento deste?

 “Ao contrário: bem grande influência exercem. [...] os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos outros. Pois bem, os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho.” (O Livro dos Espíritos, q. 208, ed. FEB).

Qual, para este [o Espírito], a utilidade de passar pelo estado de infância?

“Encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.” (O Livro dos Espíritos, q. 383, ed. FEB.)


A educação das crianças começa muito antes do seu nascimento. Antes até da sua concepção. Inicia-se, a bem da verdade, com a formação do caráter

e do comportamento moral de seus pais.


Os especialistas em Educação, já de há muito, reconhecem que a criança aprende convivendo, bem mais do que pela simples instrução verbal ou escrita que recebem.


Desde a tenra idade ela observa como os seus pais se comportam – falam, agem, sentem, se relacionam, se emocionam –, e procura imitá-los.

A criança bem recebida pelos pais em seu nascimento será sempre mais tranquila, socialmente mais integrada, do que aquela rejeitada, mal recebida ou ameaçada de aborto.


A criança que recebe exemplos de amor ao próximo aprende a amar; de respeito, aprende a respeitar; de trabalho, aprende a trabalhar; de violência, aprende a ser violenta.


Quando todos os pais (pais e mães), que gerarem os filhos, ou os adotarem a qualquer título, compreenderem a importância da influência do seu exemplo, mais do que da instrução pura e simples, estarão formando, querendo ou não, com a sua maneira de agir, o caráter dos novos integrantes das futuras gerações; e quando vigiarem a si mesmos para oferecerem exemplos nobres e dignos aos que com eles convivem, aí sim estaremos realmente construindo e consolidando um mundo caracterizado pela vivência da Lei Maior, que nos orienta a “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

Com isto, estaremos colaborando na formação do mundo de regeneração, com mais paz, fraternidade, segurança e progresso.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010



O FILME "NOSSO LAR" PODE VIRAR SÉRIE DE TV

Os produtores do filme “Nosso Lar”, que é baseado em um best-seller de Chico Xavier, pretendem transformar o longa em uma série de TV.


O sucesso nos cinemas foi tanto que a história pode ser adaptada. Os produtores acreditam que muitas partes do livro, que foram deixadas de lado no cinema, poderiam ser abordadas na televisão.

Apesar de ainda não haver negociação com emissoras, a Globo já mostrou interesse pelo projeto. A rede tem investido no segmento espírita com a novela “Escrito nas Estrelas” e a série “Cura”, mostrando bom desempenho.

Sinopse do filme

O longa conta a história de André Luiz, um médico bem sucedido que, após a morte, acorda no mundo espiritual. Lá começa sua nova jornada de autoconhecimento e transformação, desde os primeiros dias numa dimensão de dor e sofrimento, até ser resgatado e levado para a cidade espiritual Nosso Lar, local que dá nome ao filme e que paira nas camadas mais altas da atmosfera terrestre.

TOUR DE LÍSIAS E ANDRÉ EM NOSSO LAR




domingo, 17 de outubro de 2010

 
TRABALHADOR ESPÍRITA E TATUAGENS
Muitas pessoas têm dúvida se o Espiritismo permite tatuagens para o trabalhador espírita. Em princípio, cabe lembrar que a Doutrina Espírita nada proíbe. No entanto, dota os indivíduos de elementos para reflexão para que decidam conscientemente. Não é a utilização de tatuagens que desmerecerá o caráter de uma pessoa. No entanto, alguns tipos de tatuagens, com motivos funestos, classificam-se como inconvenientes e impróprias para um trabalhador espírita.
Segundo Divaldo Pereira Fraco, respeitado médium e orador espírita, pessoas que tatuam o corpo inteiro ou o enchem de piercings, são almas que ainda trazem reminiscências vivas de encarnações em épocas bárbaras, quando guerreiros sanguinários se utilizavam desses meios para se impor frente aos adversários.
Necessário sairmos da superficialidade. A questão cultural é muito importante para entendermos porque alguns povos adotam certos costumes estranhos a outras culturas. Na Tailândia, fronteira com Myanmar, antiga Birmânia, existe uma tribo isolada onde as mulheres cultuam pescoços longos. Para tal, utilizam argolas no pescoço, desde a infância, para provocar o aumento do pescoço.
Para os integrantes da tribo, todo este procedimento é muito natural, pois faz parte de suas crenças e seus costumes. Trata-se de culto ao corpo e a beleza, sem conotação de auto-agressão.
Nota-se que a compreensão espiritual dos nativos dessa tribo é bastante diferenciada do restante do mundo. Essas particularidades de entendimento implicam em conseqüências diferentes no mundo espiritual, pois cada qual está na situação de elevação espiritual que já tenha conquistado.
É necessário compreender o indivíduo de forma integral. As reações expressas no corpo são conseqüências de seus pensamentos e, estes, resultado das crenças, experiências e visão de mundo. Tudo é muito relativo até que se descubra como funcionam determinadas Leis Divinas. A Doutrina dos Espíritos não proíbe - esclarece. Não condena - conscientiza. Não se coloca ‘em cima do muro’, mas mostra como construir e trilhar o melhor caminho.
Uma tatuagem por si só não faz ninguém melhor ou pior. No entanto, perguntemos o que está por trás dessa tatuagem? Quais sãos os sentimentos, os anseios, as crenças daqueles que cobrem seus corpos com tais símbolos?
É preciso compreender as razões de alguém tatuar todo o corpo, camuflando-se de si mesmo. Grande parte o faz conduzido pelo modismo. Outros tantos ainda se encontram presos a hábitos de outras encarnações, que transitam do inconsciente para o consciente do indivíduo, resultando na transfiguração do indivíduo.
O Espiritismo não julga, porém compreende que, com o amadurecimento, o Espírito cultivará apenas os valores que nortearão sua verdadeira vida. Tatuagens, piercings são todas práticas  transitórias. Convém perceber, contudo, se tais pessoas estão abaladas, desequilibradas emocional e espiritualmente. O que as faz quebrar a barreira do bom senso e do discernimento? Por que provocam para si as dores e sofrimentos?
Frente a tais perguntas, a Doutrina Consoladora busca no íntimo do ser o seu real problema. Convida-o ao autoconhecimento e ao exercício do auto-aprimoramento. Recomenda bom senso, amor a si mesmo, equilíbrio e a busca incessante ao Pai Criador, o único que poderá nos preencher de alegria e felicidade.
Hoje a moda cobre o corpo de desenhos e objetos. Amanhã o mundo será coberto de almas verdadeiramente engajadas no trabalho de servir, deixando de lado o culto exterior – superficial – para as conquistas de valores espirituais duradouros.
Analisemos a alma para descobrir o porquê do estado do corpo. Compreendamos o profundo para entender claramente o superficial. O certo e o errado; o bem e o mal nada mais são que experiências condizentes ou não com as Leis Naturais. Valorizar o corpo e a alma é ensinamento que todos os homens compreenderão e, então, já não discutiremos assuntos superficiais, mas assuntos da alma. Deixando do lado o embrulho para valorizar o conteúdo.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010


ANENCEFALIA

Pode parecer que os argumentos contrários ao aborto provocado sejam temas exclusivamente da religião. Uma reflexão mais atenta, contudo, apontará para rumos da alçada da própria ciência. Embriogenistas já identificaram a presença, no zigoto, de registros (“imprints”) mnemônicos próprios, que evidenciam a riqueza da personalidade humana, manifestando-se, muito cedo, na embriogênese. Em O Livro dos Espíritos Allan Kardec indaga os Espíritos “Em que momento a alma se une ao corpo?” E a resposta em toda sua clareza é “... desde o instante da concepção, o espírito designado a habitar certo corpo, a este se liga por um laço fluídico”.[1]
Pesquisas demonstram a competência do embrião, seja na capacidade para autogerir-se mentalmente; seja na adequar-se a situações novas; selecionar situações e aproveitar experiências. Diante disso, há sóbrias razões científicas para ir de encontro ao aborto, sobretudo o do “anencéfalo”. Sobre isso recordemos que com a biogenética vislumbramos a diversidade como o nosso maior patrimônio coletivo. E o embrião anormal, ainda que portador de séria insuficiência (anencefalia), compõe parte dessa diversidade. Deve ser, portanto, preservado e respeitado por subidas razões.
Os argumentos tal qual justificam a morte do “anencéfalo” serão os mesmo que reforçam a subtração da vida de qualquer outra pessoa – ou será que existem pessoas com mais vida e outras com menos vida? “A decisão do STJ em liberar a realização de abortos em casos de anencefalia não é correta. O “anencéfalo” é um ser vivo intra-útero. Ele nasce com vida e vai a óbito com minutos, dias, meses ou após anos. Se ele nasce vivo, o aborto é criminoso, pois lhe ceifa a oportunidade e a experiência da reencarnação.”[2]
Sobre o aborto, analisando-se a panorâmica geográfica da Terra observaríamos “o mundo atual estaria dividido em três partes iguais: uma parte que autoriza sem restrições (34 paises), outra parte que só autoriza em certos casos (37 paises) e uma terceira parte que não autoriza em nenhuma situação (33 países). Na América Latina só Cuba autoriza o aborto. O Brasil, com a infeliz medida ministerial, é o segundo país latino americano a autorizar abortos por anencefalia.” 
Divaldo Franco reflete sobre o assunto com o seguinte comentário: "o aborto, mesmo terapêutico, é imoral, segundo o conhecimento médico, o “anencéfalo” tem vida breve ou nenhuma. Assim sendo, por que interromper o processo reparador que a vida impõe ao espírito que se reencarna com essa deficiência? Será justo impedi-lo de evoluir, por egoísmo da gestante?”  Recorda, ainda, “é torturante para a mãe que carrega no ventre um ser que não viverá, mais trata-se de um sofrimento programado pelas Soberanas Leis da Vida". E mais "segundo benfeitores espirituais, a Terra vem recebendo verdadeiras legiões de espíritos sofredores e primários, que se encontravam retidos em regiões especiais e agora estão tendo a oportunidade de optar pelo bem de si mesmos".
Invoca-se o direito da mulher sobre o seu próprio corpo como argumento para a descriminalização do aborto, entendendo o filho como  propriedade da mãe, sem identidade própria e é ela quem decide se ele deve viver ou morrer. “Não há dúvida quanto ao direito de escolha da mulher em ser ou não ser mãe. Esse direito ela o exerce, com todos os recursos que os avanços da ciência têm proporcionado, antes da concepção, quando passa a existir, também, o direito de um outro ser, que é o do nascituro, o direito à vida, que se sobrepõe ao outro.”[3]
Reconhecemos que a mulher que gera um feto deficiente precisa de ajuda psicológica por um período. Mas seria importante que inclinasse seu coração à compaixão e à misericórdia, encontrando o real significado da vida. Até porque essas crianças podem ser amamentadas, reagem aos carinhos e, óbvio, criam vínculos com os seus pais! Embora as suas deficiências são seres humanos providos de alma, necessitadas de extremo afeto!
Por fortíssimas razões não existem bases racionais que justifiquem o aborto dos chamados “anencéfalos”, e as proposições usadas não apresentam consistência científica, legal e muito menos ética.“A começar que não existem os “anencéfalos”, porque o termo “anencéfalo” (an + encéfalo) literalmente significa ausência de encéfalo, quando se sabe que em verdade esses fetos possuem alguma estrutura do encéfalo, como o tronco encefálico, o diencéfalo e, em alguns casos, presença de hemisfério cerebral e córtex!”
O feto denominado equivocamente de “anencéfalo” possui preservada a parcela mais entranhada do encéfalo, matriz, portanto do controle autômato de funções viscerais, a saber: batimentos cardíacos e capacidade de respirar por si próprio, ao nascer. “Como ainda são obscuros, para nós, os mistérios da relação cérebro-mente, não podemos permitir que nossa ignorância seja a condutora de decisões equivocadas como a do abortamento provocado desse feto.”[4]
Há relatos, nas publicações médicas, de crianças “anencéfalas” que viveram por vários meses sem o auxílio do suporte ventilatório. Aqui em Sobradinho, onde resido há vários anos, temos a história da menina Manuela Teixeira (ou Manu), que embora sendo autorizado o seu aborto pela justiça, por causa de sua má formação, ela sobreviveu por mais de três anos. “Manu” é a única brasileira que sobreviveu a uma doença que leva à má-formação dos ossos do crânio. Médicos diziam que a deformidade era incompatível com a vida.  “No mundo, apenas 21 crianças conseguiram vencer os sintomas da doença que leva à morte poucos minutos após o parto” e a menina Manuela Teixeira “morreu depois completar três anos de nascida, no dia 14 de setembro de 2003”.Como se observa um feto, ainda que “anencéfalo”, não perde a dignidade nem o direito de nascer.
Os confrades favoráveis ao aborto do “anencéfalo” alegam que nele não há Espírito destinado à reencarnação conforme explica O Livro dos Espíritos. Porém, mister refletir que corpos para os quais poderíamos afirmar que nenhum espírito estaria destinado seriam os dos fetos teratológicos, monstruosos, que não têm nenhuma aparência humana, nem órgãos em funcionamento. Destarte, nada disto se aplica ao “anencéfalo”, “que constitui-se em um organismo humano vivo,(...) a consciência responde-nos, portanto, que a única atitude compatível com a Lei do Amor é a da misericórdia, a da compaixão, para com o feto “anencéfalo”.”[5]
Por fim cremos que mesmo na possibilidade de o feto ser portador de lesões graves e irreversíveis, físicas ou mentais, o corpo é o instrumento de que o Espírito necessita para sua evolução, pois que somente na experiência reencarnatória terá condições de reorganizar a sua estrutura desequilibrada por ações que praticou em desacordo com a Lei Divina. Dá-se, também, que ele se programe em um lar cujos pais, na grande maioria das vezes, estão comprometidos com o problema e precisam igualmente passar por essa experiência reeducativa.

Fontes de consulta:

   
[1] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2003, perg. 344
[2] Artigo: Razões Para Ser Contra o Aborto do Anencéfalo, publicado em Folha Espírita - Agosto/2004. Autoria de Laércio Furlan – médico e professor aposentado da UFPR; presidente da Associação Médico-Espírita do Paraná; coordenador da Campanha Vida, Sim À Gravidez – Não ao Aborto.

[3](Este texto – O aborto na visão espírita – aprovado pelo Conselho Federativo Nacional em sua Reunião Ordinária de 13 a 15 de novembro de 1999, em Brasília, constitui o documento que a FEB está levando, como esclarecimento, à consideração das autoridades do Governo Federal, do Congresso Nacional e do Poder Judiciário. As Entidades Federativas estaduais, por sua vez, realizam o mesmo trabalho junto aos Governadores, Deputados Estaduais, Prefeitos, Vereadores, outras autoridades e ao público em geral, em seus Estados.) Cf. Revista Reformador, Nº 2051, Fevereiro de 2000
[4]Dra. Irvênia Luiza de Santis Prada, pesquisadora e professora titular emérita da USP com mais de uma centena de trabalhos publicados, especialista em neuroanatomia animal.<disponível em http://www.amebrasil.org.br

   
[5] Marlene Nobre, presidente das associações médico-espíritas Internacional e do Brasil<disponível em http://www.amergs.com.br/artigos/index.phpacessado

quarta-feira, 13 de outubro de 2010


SOBRE O RECEBIMENTO DE MENSAGENS DE ESPÍRITOS FAMILIARES
 
 A Doutrina Espírita, através de estudos experimentais, esclarece a respeito da comunicabilidade entre o Mundo Material e o Mundo Espiritual, elucidando o quanto este fenômeno é comum e natural, demonstrando que o intercâmbio sempre aconteceu, em todas as épocas da humanidade e em todas as civilizações.
À época da Codificação, a evocação de Espíritos era uma prática muito freqüente, sendo utilizado por Allan Kardec para estudos diversos. Em algumas oportunidades, antigos membros da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas foram evocados e relataram sua situação no além túmulo.
É bem verdade que diante da dor causada pela desencarnação de um ente querido, os Espíritos separados - encarnados e desencarnados - sentem saudade e a necessidade do reencontro, o que é plenamente possível. Chico Xavier esclarece-nos que quando o seu trabalho de psicografia estava no auge, ele recebia inúmeros pedidos de parentes para receber mensagens dos entes queridos desencarnados. Chico na sua humilde sabedoria, sempre evitou levar nomes para serem evocados para este fim e se justificava dizendo: "o telefone toca de lá para cá".
No atual contexto do movimento espírita, a evocação dos espíritos está quase totalmente esquecida, dando-se preferência às manifestações espontâneas. Kardec informa, no capítulo XXV do 'Livro dos Médiuns', que devemos usar "as duas maneiras de agir" (evocações e espontaneidade), pois as duas "têm suas vantagens e só haveria inconveniente na exclusão de uma delas".
No 'Livro dos Espíritos', a questão 935 explora este assunto. Na época, muitos consideravam que as comunicações de além-túmulo eram profanação. Os Espíritos da Codificação esclarecem que não há profanação nestas mensagens, desde que "haja recolhimento e quando a evocação seja praticada respeitosa e convenientemente". Para reforçar esta opinião, os respondentes lembram dos Espíritos que acodem com prazer ao nosso chamado. Sentem-se felizes quando nos lembramos deles e por se comunicarem conosco.
Certamente, este tipo de comunicação só devem ser praticadas por grupos experientes, que tratam a questão com a seriedade devida. Caso contrário, permanecerão sob jugo de Espíritos enganadores e brincalhões, que existem por toda parte.
A Doutrina Espírita nos ensina que a possibilidade de comunicação vai depender da situação em que o Espírito se encontre. Alguns estão em estado de perturbação que os permite se comunicar, enquanto outros podem estar cumprindo tarefas importantes que os impedem de fazerem contato. Por isso devemos ter muita paciência e compreensão e aguardar o momento propício para que a comunicação aconteça. Os Espíritos que são desprendidos da matéria desde a vida terrena, tomam consciência de que estão fazendo parte da vida espírita bem cedo, porém aqueles que viveram preocupados apenas com seu lado material permanecem no estado de ignorância por longo tempo.
Emmanuel foi um grande defensor da espontaneidade em todas as comunicações com o invisível. Recomenda que o espírita-cristão deve encontrar na sua fé o mais alto recurso de cessação do egoísmo humano, ponderando quanto à necessidade de repouso daqueles a quem amou, esperando a sua palavra direta quando e como julguem os mentores espirituais conveniente e oportuno. Devemos pedir sem exigir, orar sem reclamar, observar sem pressa, considerando que a esfera espiritual nos conhece os méritos e retribuirá os nossos esforços de acordo com a necessidade de nossa posição evolutiva e segundo o merecimento de nosso coração.
Portanto, por todos estes fatores, embora seja possível se comunicar com entes queridos que já partiram, é importante que procuremos uma Casa Espírita onde os dirigentes sejam pessoas idôneas. Mesmo assim, é mais prudente tomarmos muito cuidado com as comunicações de parentes desencarnados, pois na maioria das vezes não há como identificar se ela é autêntica, principalmente se é dada por médiuns sem preparo para a tarefa. Freqüentemente, Espíritos enganadores estão ligados a estes médiuns, brincando com a dor alheia ou então estimulando o ego do médium, emprestando a este uma importância que não tem.
No mais, lembremos que existe um meio muito comum de comunicação entre os dois planos da vida: através dos sonhos. Durante a emancipação provocada pelo sono, o Espírito encarnado tem ampliada sua sensibilidade e seus sentidos, podendo se encontrar e manter diálogos com os Espíritos desencarnados de sua afeição.

TEXTO PARA REFLEXÃO: "Ante os que partiram"
Nenhum sofrimento, na Terra, será talvez comparável ao daquele coração que se  debruça sobre outro coração regelado e querido que o ataúde transporta para o grande silêncio.
Ver a névoa da morte estampar-se, inexorável, na fisionomia dos que mais amamos, e cerrar-lhes os olhos no adeus indescritível, é como despedaçar a própria alma e prosseguir vivendo.
Digam aqueles que já estreitaram de encontro ao peito um filhinho transfigurado em anjo da agonia; um esposo que se despede, procurando debalde mover os lábios mudos de uma companheira cujas mãos consagradas à ternura pendem extintas; um amigo que tom­ba desfalecente para não mais se erguer, ou um semblante materno acostumado a abençoar, e que nada mais consegue exprimir senão a dor da extrema separação, através da última lágrima.
Falem aqueles que, um dia, se inclinaram, esmagados de solidão, à frente de um túmulo; os que se rojaram em prece nas cinzas que recobrem a derradeira recordação dos entes inesquecíveis; os que caíram, varados de saudade, carregando no seio o esquife dos próprios sonhos; os que tatearam, gemendo, a lousa imóvel, e os que soluçam de angústia, no ádito dos próprios pensamentos, perguntando, em vão, pela presença dos que partiram.
Todavia, quando semelhante provação te bata à porta, reprime o desespero e dilui a corrente da mágoa na fonte viva da oração, porque os chamados “mortos” são apenas ausentes e as gotas de teu pranto lhes fustigam a alma como chuva de fel.
Também eles pensam e lutam, sentem e choram.
Atravessam a faixa do sepulcro como quem se desvencilha da noite, mas, na madrugada do novo dia, inquietam-se pelos que ficaram... Ouvem-lhes os gritos e as súplicas, na onda mental que rompe a barreira da grande sombra e tremem cada vez que os laços afetivos da retaguarda se rendem à inconformação ou se voltam para o suicídio.
Lamentam-se quanto aos erros praticados e trabalham, com afinco, na regeneração que lhes diz respeito.
Estimulam-te à prática do bem, partilhando-te as dores e as alegrias.
Rejubilam-se com as tuas vitórias no mundo interior e consolam-te nas horas amargas para que te não percas no frio do desencanto.
Tranqüiliza, desse modo, os companheiros que demandam o Além, suportando corajosamente a despedida temporária, e honra-lhes a memória, abraçando com nobreza os de­veres que te legaram.
Recorda que, em futuro mais próximo que imaginas, respirarás entre eles, comungando-lhes as necessidades e os problemas, porquanto terminarás também a própria viagem no mar das provas redentoras.
E, vencendo para sempre o terror da morte, não nos será lícito esquecer que Jesus, o nosso Divino Mestre e Herói do Túmulo Vazio, nasceu em noite escura, viveu entre os infortúnios da Terra e expirou na cruz, em tarde pardacenta, sobre o monte empedrado, mas ressurgiu aos cânticos da manhã, no fulgor de um jardim.
Emmanuel (psicografia de Francisco Cândido Xavier, do livro “Religião dos Espíritos”).

terça-feira, 12 de outubro de 2010

REGRESSÃO E TERAPIA DE VIDAS PASSADAS
 Numa conceituação ampla, agregando a realidade espiritual, a regressão de memória é o processo provocado ou espontâneo, por meio do qual o espírito, encarnado ou desencarnado, fica em condições de relembrar o passado, seja da vida atual, seja de existências anteriores. No âmbito das lembranças de existências remotas, inclui-se o debate sobre a Terapia de Vidas Passadas (TVP), uma linha de psicoterapia que trabalha com a hipótese científica da reencarnação.
Cumpre ressaltar que diversos profissionais das ciências médicas e psicológicas têm alertado à população sobre a aplicação destas técnicas por profissionais não habilitados. Embora não existam estatísticas, é cada vez maior o número de pacientes que têm seu estado agravado depois de passar por pessoas que se apresentam como terapeutas, mas não têm qualificação para exercer a atividade. Uma das conseqüências, segundo ele, é o surgimento de doenças psicossomáticas.
Ainda, o objeto da TVP é a reencarnação e por se tratar de um princípio religioso, é objeto da religião e não da Psicologia. Dessa maneira, fica claro que a TVP não se constitui em prática ou técnica psicológica, nem se coaduna com os estudos e teorias da Psicologia. Portanto, maior ainda deve ser o cuidado ao se procurar estas técnicas.
SOBRE A TERAPIA DE VIDAS PASSADAS
A TVP parte do pressuposto de o estado atual do ser - qualidades, defeitos, pontos fracos e fortes, temperamento, caráter – é produto das experiências agradáveis e desagradáveis vivenciadas desde a criação. Em outras palavras, estabelece-se na compreensão de que os eventos da vida não nada acontecem à toa. Fatos felizes e infelizes têm uma causa anterior.
Muitas pessoas buscam os recursos da TVP por motivos fúteis, submetendo-se ao tratamento para saber se foi algum rei ou rainha em outra época. Outro motivo de grande procura é a curiosidade de reconhecer parentes atuais em nossas vidas passadas. Por outro lado, inúmeras pessoas encontraram benefícios evidentes no enfrentamento de quadros como a depressão, fobias e a síndrome do pânico, através da proposta de quebrar o círculo vicioso do passado, mudando padrões de comportamento por meio da reforma íntima.
COMPREENSÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA
O Espiritismo, sendo uma doutrina reencarnacionista, ensina o princípio das múltiplas encarnações do Espírito, as quais visam à evolução do ser. Contudo, não se pratica, como terapêutica espírita, nenhuma técnica que vise conduzir alguém a reviver momentos de suas existências pregressas. O que temos, de fato, são alguns pesquisadores espíritas da TVP - Terapia de Vivências Passadas - que trabalham experimentalmente com ela, o que não significa que o Espiritismo pregue ou avalize a sua aplicação.
É bem verdade que uma das grandes objeções à Reencarnação, assenta-se no fato de não conseguirmos nos lembrar de nossas existências anteriores. Não se pode negar que as pesquisas com regressão de memória vêm apresentando elementos experimentais que se contrapõem a este argumento, demonstrando que, em estados alterados de consciência, tais lembranças podem ser manifestadas.
Existem casos em que pessoas conseguem se recordar de outras vidas naturalmente, seja em sonho ou durante o transe sonambúlico, sem qualquer espécie de indução hipnótica ou magnética. Kardec, ao comentar as respostas dos Espíritos sobre o esquecimento do passado, em ‘O Livro dos Espíritos’, apresenta argumentos que justificam esta possibilidade:
"Mergulhado na vida corpórea, perde o Espírito, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as cobrisse. Todavia, conserva algumas vezes vaga consciência dessas vidas, que, mesmo em certas circunstâncias, podem ser reveladas. Esta revelação, porém, só os Espíritos superiores espontaneamente lha fazem, com um fim útil, nunca para satisfazer a vã curiosidade" (comentários de Allan Kardec à questão 339 de ‘O Livro dos Espíritos’ – grifo nosso).
Mesmo quando não nos lembramos de nada - o que é regra geral - aí também se revela a sabedoria de Deus. Ao reencarnarmos, trazemos projetos traçados na Vida 
Espiritual, de refazer relacionamentos fracassados, de corrigir erros cometidos e galgar degraus evolutivos mais altos.
Se lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos que nos foram infligidos, não teríamos condições de conviver com as pessoas que nos prejudicaram, ou a quem prejudicamos. Podemos ter grandes inimigos do passado como nossos filhos ou irmãos, a fim de, justamente, nos reconciliarmos com eles.
E, ainda que os sentimentos entre os Espíritos fossem de afeto, como um filho conviveria com uma mãe que ele soubesse ter sido sua esposa ou filha, noutra encarnação? Teríamos maturidade e equilíbrio o bastante para entender situações como esta? Para a maioria de nós, já é difícil o bastante conviver com as dores, conflitos e ressentimentos da vida presente... O esquecimento do passado torna tudo mais fácil, quando fecha nossos olhos para as vidas anteriores.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

 O VERDADEIRO SENTIDO DA CARIDADE PARA O ESPIRITISMO
(Carissímos(as), recebemos e-mails de visitantes do blog desejando saber sobre o verdadeiro sentido da caridade para o espíritismo: seria, perguntaram? benevolência, perdão ou indulgência.)
Os três itens representam aspectos diferentes da caridade e, em conjunto, sintetizam o Ensinamento dos Espíritos Superiores sobre o seu verdadeiro sentido: "benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas" (questão 886 de 'O Livro dos Espíritos').
Pela benevolência, dirigimo-nos aos nossos irmãos com bons propósitos, animados pela afeição, afabilidade e doçura, prontos a entender e perdoar; complacentes e indulgentes. A caridade, enquanto ato de benevolência, é sincera, santa e salutar, ensinando-nos a "dar sem ostentação, para que o pobre receba sem baixeza" (item 14 do Capítulo XVI de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo').
A indulgência para as imperfeições dos outros é a aplicação da máxima do Cristo: "atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado" (Evangelho de João, capítulo 8). É a virtude que nos ensina a julgar com mais severidade nossos próprios atos e, antes de creditarmos a alguém uma falta, recomenda verificarmos se a mesma censura não possa ser feita a nós mesmos. "A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço" (item 16 do Capítulo X de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo').
Já o perdão das ofensas, para atender aos princípios do amor, deve ser reconhecido mais pelos atos do que pelas palavras. Deus não se satisfaz apenas com aparências, mas busca no íntimo de nosso coração os verdadeiros sentimentos que nos movimentam. Somente o esquecimento completo das faltas caracteriza o perdão. "Perdoarás cada ofensa tantas vezes quantas ela te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que torna uma criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e às injúrias" (item 8 do Capítulo X de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo').
Juntamente com a humildade, a caridade é uma das virtudes que conduz os homens à felicidade eterna. "Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo" (item 3 do Capítulo XV de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo').