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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

 
DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DO TRABALHADOR AO CENTRO ESPÍRITA
O espírita não deve se afastar dos círculos sociais, a pretexto de dedicar-se exclusivamente à atividade no Centro Espírita. Na opinião de Joanna de Angelis, tal atitude "constitui uma violência à lei natural, caracterizando-se por uma fuga injustificável às responsabilidades do dia-a-dia" (capítulo 31 do livro 'Leis Morais da Vida', psicografado por Divaldo Franco).  E acrescenta: "isolar-se a pretexto de servir ao bem não passa de uma experiência na qual o egoísmo predomina, longe da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e da caridade" (grifo nosso). É verdade que a carência de trabalhadores nas instituições espíritas pode justificar uma dedicação maior de certos seareiros, mas esta deveria ser uma condição excepcional e não permanente.
Enquanto Lei Natural, o intercâmbio social deve ser cultivado. Porém, de maneira saudável e equilibrada. Neste sentido, encontramos no capítulo XVII de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo' o seguinte trecho: "vivei com os homens do vosso tempo, como devem viver os homens. Sacrificai-vos às necessidades e até mesmo às frivolidades de cada dia, mas fazei-o com o sentimento de pureza que as possa purificar". Não podemos, pois, a título de cumprimento das necessidades da vida social, submetermo-nos aos hábitos menos dignos e aos vícios.
Há de se considerar ainda que os corações despertos para a verdade do Evangelho começam a compreender os verdadeiros valores da vida, direcionando seu interesse muito mais às coisas eternas do que às frivolidades da vida terrestre. Muitos trabalhadores espíritas deixam pouco a pouco estes círculos de amizade e vivência social por não coadunarem mais com certas práticas e propósitos. Seu pensamento está voltado para os ideais renovadores e suas energias e forças focalizados na regeneração e redenção, na iluminação do próprio caminho.
Já ao Centro Espírita, compete organizar suas atividades de acordo com as demandas da sociedade onde está inserido e com a disponibilidade de seareiros. Naturalmente, este cuidado não é exclusivo do Centro, uma vez que o trabalhador também deve avaliar suas reais possibilidades de contribuir com os trabalhos da Casa. André Luiz, ao tratar sobre a conduta do espírita perante si mesmo, orienta que o trabalhador deve "recusar várias funções simultâneas nos campos sociais e doutrinários, para não se ver na contingência de prejudicar a todas". E acrescenta que é recomendável "efetuar compromissos apenas no limite das próprias possibilidades" (capítulo 18 do livro 'Conduta Espírita', psicografado por Waldo Vieira).
O excesso de atividades devem ser evitados principalmente quando estejam provocando desgastes evidentes no corpo físico. Dispomos da vestimenta carnal enquanto veículo das experiências reparadoras e regenerativas do Espírito. A realização de esforços superiores à própria capacidade e resistência físicas constitui um abuso das energias corpóreas. Somados às manifestações sentimentais intempestivas, eles podem resultar inclusive em suicídio lento.
Ainda, considera-se lamentável quando o trabalhador assume inúmeras atividades no Centro Espírita apenas com o propósito de se afastar das tarefas permanentes que lhe compete no seio do lar, nas relações com aqueles que lhe são os próximos mais próximos. O lar é o primeiro campo da experiência terreno, cadinho redentor onde devemos iniciar nossas boas obras. No cumprimento das obrigações de cônjuge, pai e filho, no desempenho das lides do mundo e dos justos deveres com aqueles que nos comungam a consangüinidade, precisamos demonstrar os sinais inequívocos de nossa fé e de nosso ideal cristão. Nas palavras de Paulo de Tarso, "se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel" (I Timóteo, 5:8).
Por fim, ressaltamos que a mensagem espírita deve sempre ser evidenciada em nossas atitudes, independente de onde estejamos. Nas palavras de Joanna de Angelis:
Atesta a tua confiança no Senhor e a excelência da tua fé mediante a convivência com os irmãos mais inditosos do que tu mesmo.
Sê-lhes a lâmpada acesa a clarificar-lhes a marcha.
Nada esperes dos outros.
Sê tu quem ajuda, desculpa, compreende.
Se eles te enganam ou te traem, se te censuram ou exigem-te o que te não dão, ama-os mais, sofre-os mais, porquanto são mais carentes de socorro e amor do que supões.
Se conseguires conviver pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los companheiros, terás logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre refletido no trato, no intercâmbio social com os que te buscam e com os quais ascendes na direção de Deus.
(Capítulo 31 - Intercâmbio Social, do livro 'Leis Morais da Vida', psicografado por Divaldo Franco).

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