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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Quando a morte vem até vossas famílias, levando, sem critério algum, os jovens antes dos velhos, muitas vezes dizeis: “Deus não é justo, porquanto sacrifica o que é forte e cheio de vida para conservar aqueles que viveram muitos anos plenos de decepções; leva aqueles que são úteis e deixa os que não servem para mais nada; parte o coração de uma mãe privando-a da inocente criatura que fazia toda a sua alegria.”
Humanos, é nisso que tendes necessidade de vos elevar acima do terra-a-terra da vida, para compreender que o bem muitas vezes está lá onde se acredita ver o mal, a sábia previdência onde se crê ver a cega fatalidade do destino. Por que avaliar a Justiça Divina pelo valor da vossa? Podeis pensar que o Mestre dos mundos queira, por um simples capricho, vos fazer sofrer penas cruéis? Nada se faz sem uma finalidade inteligente e, seja lá o que for, cada fato tem a sua razão de ser. Se procurásseis investigar minuciosamente todas as dores que vos atingem, nelas sempre iríeis encontrar a razão Divina, a razão regeneradora, e vossos insignificantes interesses teriam uma importância tão menor que vos os colocaríeis em último plano.
Acreditai em minhas palavras, a morte é preferível mesmo numa encarnação de 20 anos a esses desregramentos vergonhosos que angustiam as famílias honradas, destroem o coração de uma mãe e fazem embranquecer, antes do tempo, os cabelos dos pais. A morte prematura muitas vezes é um benefício que Deus concede àquele que desencarna e que assim fica resguardado das misérias que a vida apresenta, ou das tentações que poderiam causar a sua perdição. Aquele que morre na flor da idade não é vítima da fatalidade, Deus simplesmente julga que lhe é útil não permanecer mais tempo sobre a Terra.
É uma grande infelicidade, dizeis, que uma vida tão cheia de esperanças seja interrompida tão cedo. De quais esperanças quereis falar? Das esperanças da Terra, onde aquele que desencarnou poderia brilhar, fazer sua carreira e sua fortuna? Sempre essa visão estreita que não se pode elevar acima da matéria. Sabeis, por acaso, qual teria sido a sorte dessa visão tão plena de esperanças segundo a vossa avaliação? Quem vos garante que ela não seria carregada de amarguras? Então, considerais como nada as esperanças da vida futura, preferindo as da vida passageira que levais na Terra? Pensais que vale mais ter um lugar entre os homens do que entre os espíritos bem-aventurados?
Alegrai-vos em vez de chorar, quando Deus resolve retirar um de seus filhos desse vale de misérias. Não é egoísmo desejar que ele fique na Terra para sofrer convosco? Ah! Essa dor se concebe naquele que não tem fé, e que vê na morte uma separação eterna mas vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor desembaraçada de seu invólucro corporal; mães, vós sabeis que vossos filhos bem-amados estão perto de vós, sim, eles estão bem perto; seus corpor fluídicos vos cercam, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança os enche de alegrias, mas também as vossas dores sem razão os afligem, porque elas denotam falta de fé e porque são uma revolta contra a vontade de Deus.
Vós que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração, chamando esses entes bem amados, e se pedirdes a Deus que os abençoe, sentireis em vós consolações poderosas, dessas que secam as lágrimas e aspirações superiores que vos mostrarão o futuro prometido pelo soberano Mestre.

Sansom, antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, 1863
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, item 21.

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