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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

 Visão da Doutrina Espírita sobre a Fatalidade

Não existe fatalidade no sentido que comumente se dá a esta palavra, de que todos os acontecimentos são predeterminados, como se uma decisão prévia direcionasse todos os eventos de nossa vida de forma inevitável, colocando o homem na condição de uma autômato sem vontade ou livre-arbítrio. Esclarecem os Espíritos Superiores que "a fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem a achar-se colocado" [1]. Deste modo, entende-se a fatalidade como um determinismo relativo, que é resultado dos débitos contraídos pelo Espírito em existências anteriores e da programação reencarnatória da qual, na maioria dos casos, ele mesmo participa e elabora. Portanto, se o homem não resiste à influência da matéria e às circunstâncias que a vida lhe apresenta, está sucumbindo nas provas que ele mesmo escolheu.
Porém, esta conclusão acerca do determinismo relativo se aplica apenas às provas físicas. Quanto às provas morais e às tentações, o Espírito conserva o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir. "A fatalidade, que algumas vezes há, só existe com relação àqueles sucessos materiais, cuja causa reside fora de vós e que independem da vossa vontade. Quanto aos atos da vida moral, esses emanam sempre do próprio homem que, por conseguinte, tem sempre a liberdade de escolher. No tocante, pois, a esses atos, nunca há fatalidade" [2].
Em resumo, "o homem não é fatalmente levado ao mal; os atos que pratica não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam de uma sentença do destino. Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma existência em que seja arrastado ao crime, quer pelo meio onde se ache colocado, quer pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre de agir ou não agir" [3].
É através do livre-arbítrio que agimos frente às provas de nossa existência. Neste exercício de uso da liberdade podemos aproveitar ou não o roteiro de serviço que nos compete, resultando daí o sucesso ou não das escolhas feitas ainda quando estávamos na vida espiritual, em preparativos para a reencarnação. Nossa postura frente os acontecimentos negativos da vida podem ser de resignação e superação, garantindo-nos aperfeiçoamento e paz de consciência. Mas também podem ser de revolta e desesperação, constituindo assim oportunidade desperdiçada em função das reações intempestivas e das escolhas equivocadas.
A Doutrina Espírita vem lançar luz sobre os acontecimentos de nossa vida, permitindo-nos perceber as conseqüências do nosso plantio no passado - em outras vidas ou mesmo na atual - e a colheita necessária a que somos convocados. Somos arquitetos de nosso futuro e senhores do nosso destino. Cabe a cada um de nós, no presente, escolhermos o que é melhor para nossa existência. Como diz Divaldo Franco, “você é o que fez de si, mas você será o que faça de você”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  1. KARDEC, Allan. 'O Livro dos Espíritos'. Questão 851.
  2. KARDEC, Allan. 'O Livro dos Espíritos'. Questão 861
  3. KARDEC, Allan. 'O Livro dos Espíritos'. Questão 872

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