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quarta-feira, 27 de abril de 2011

  NUNCA É TARDE PARA APRENDER
O coração de Pedro batia forte, as mãos suavam,  aquele seria seu primeiro dia na faculdade, o curso escolhido foi Administração de Empresas.
Lá chegando, sentou-se e aguardou o início da aula.
O professor  adentrou o recinto  se apresentou e pediu para que os alunos falassem  nome, idade e o motivo de se matricularem  naquele curso.
Logo chegou a vez de Assis,  que se apresentou:
Meu nome é Pedro, tenho 65 anos e me matriculei neste curso porque julgo nunca ser tarde para aprender, o mundo evolui em uma velocidade vertiginosa e não podemos nos acomodar, então...
A vida nos convoca a um incessante se movimentar, quem pára, não acompanha o ritmo do mundo,  a evolução das idéias.
Quem se esconde atrás das trevas da acomodação não percebe as maravilhas da jornada, não dança a valsa da vida, não participa, não conquista e não aprende.
O cônjuge que se acomoda deixa de conquistar seu companheiro diariamente, não percebe as delícias  que o relacionamento pode proporcionar.
O aluno que se acomoda deixa de aprender,  não aproveita a riqueza que o professor pode lhe transmitir.
O religioso que se acomoda deixa de acalentar  nobres ideais e cai no marasmo.
Por trás de grande parte das frustrações esta a acomodação que vem incutir a idéia de que não vale a pena lutar, buscar, sonhar...
Porque desistir  e se deleitar no comodismo se podemos lutar para conseguir?
Imagine, o que acontecerá  se a acomodação formar nuvens de pessimismo sobre nossa cabeça impedindo a expansão da criatividade que pode transformar a caminhada?
Imagine se a acomodação houvesse visitado Tomas Edson, Albert Einstein, Benjamin Franklin, Mahatma Ghandi, Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá...
Felizmente essas grandes almas superaram  o fantasma da acomodação,  e o resultado se converteu em luz para a humanidade.
As grandes conquistas de nossa vida seja no campo afetivo, profissional ou religioso sempre tiveram o combustível do querer realizar.
Portanto, vibre com suas vitórias ,ponha lenha na fogueira de seus objetivos,  e faça como Pedro, não se acomode jamais.
Leia, estude, trabalhe, dance, realize, sonhe...
Preencha sua existência com os ideais  que impulsionam a nossa  evolução, pois “NUNCA É TARDE PARA APRENDER”!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

 
CRENDICES E SUPERSTIÇÕES
Imagine um gato preto, uma coruja no telhado, uma escada na calçada em seu caminho. Ou mesmo um galhinho de arruda atrás da orelha. Lembre-se ainda do levantar com o pé esquerdo, de entrar e sair de qualquer habitação pela mesma porta, ou do bater três vezes na madeira. Se quisermos avançar um pouco mais, ainda nos lembraremos da roupa branca na noite que altera o ano no calendário. Será possível ainda recordar a consulta diária ao horóscopo, o evitar  ingerir certos líquidos ou alimentos em determinados dias do ano, e mesmo a vassoura atrás da porta ou a comigo ninguém podeParemos por aqui!
Quanto absurdo junto! O próprio dicionário define a palavra superstição como sentimento religioso excessivo ou errôneo, crença errônea, temor absurdo de coisas imaginárias, entre outras bem claras definições. E como ainda temos coragem de manter essas idéias absurdas na cabeça numa época em que deve prevalecer o raciocínio diante de todas as situações?
Como imaginar que um simples gato preto ou a presença de uma inocente coruja no telhado possa significar males maiores? Como aceitar a idéia de que o pé que primeiro pisa no chão, de manhã, possa determinar as ocorrências do dia? E mais, como entender o absurdo de devemos sair pela mesma porta que entramos? E que tipo de influência a roupa branca pode causar na passagem de ano? Ou será mesmo que acreditamos que bater três vezes na madeira pode alterar o rumo das coisas? E tem algo a ver com a grandeza da vida o fato de ingerirmos certos alimentos em determinados dias, por imposição de medos imaginários?
Ora, convenhamos! Nossa felicidade ou nossa desdita estão determinadas pela postura e comportamento que adotamos. São as opções de vida  que determinam os acontecimentos. Opções de caráter reto, digno, honesto, geram resultados de paz de consciência. Atos imorais geram aflições, intranqüilidade. Algum absurdo nisto?
 São os pensamentos, a intenção e a vontade que atraem situações provocadoras de aflições ou sofrimentos. Pensando no mal, alimentando inveja e ciúme, rancor ou sentimento de vingança, atraímos exatamente essas ondas mentais que conviverão conosco e naturalmente facilitarão ocorrências desagradáveis. O inverso também é real: pensando no bem, nutrindo pensamentos de amor ao próximo, de confiança em Deus, estaremos sintonizados com o bem geral que governa o Universo, para desfrutar de paz e harmonia interior.
Gestos, roupas especiais, objetos materiais, acessórios místicos, atitudes impostas por padrões que escapam ao exame do raciocínio e da lógica, nenhuma influência possuem para nos proteger ou mudar o rumo dos acontecimentos. Estes são sim alterados pela nossa decisão e opção mental. Se achamos que o chamado “mal feito” vai nos atingir, estaremos entregues à prisão mental que nós mesmos criamos.
Já é hora de nos libertarmos de tais situações. Aprendamos a viver livres de superstições, tomando posse de nossa herança de filhos de Deus que devem buscar continuamente o próprio aperfeiçoamento, ao invés de nos prendermos a idéias impostas para criar medo e dependência. Esses condicionamentos só existem na mente de quem os aceita. Cada um de nós tem o dever de construir a sua e a felicidade alheia.
Afinal, vivemos para que? Satisfação egoística, medos condicionados ou felicidade construída dia-a-dia?

sábado, 23 de abril de 2011

PÁSCOA
Páscoa é uma palavra hebraica que significa "libertação". Com o êxodo, a Páscoa hebraica será a lembrança perpétua da libertação do povo hebreu da escravidão do Egito, através de Moisés.Assumida pelos cristãos, a Páscoa Cristã será a lembrança permanente de que Deus libera seu povo de seus "pecados" (erros), através de Jesus Cristo, novo cordeiro pascal.
O ritual da Páscoa mantém viva a memória da libertação, ao longo de todas as gerações. "Cristo é a nossa Páscoa (libertação), pois Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" - (João, 1:29).
João usou o termo Cordeiro, porque usava-se na época de Moisés, sacrificar um cordeiro para agradar á Deus. Portanto, dá-se a idéia de que, Deus sacrificou Jesus para nos libertar dos pecados. Mas para nos libertarmos dos "pecados", ou seja, dos erros, devemos estar dispostos a contribuir, utilizando os ensinamentos do Cristo como nosso guia. Porque Jesus não morreu para nos salvar; Jesus viveu para nos mostrar o caminho da salvação.
Esta palavra "salvação", segundo Emmanuel, vale por "reparação", "restauração", "refazimento".
Portanto, "salvação" não é ganhar o reino dos céus; não é o encontro com o paraíso após a morte; salvação é "libertação" de compromisso; é regularização de débitos. E, fora da prática do amor (caridade) de uns pelos outros, não seremos salvos das complicações criados por nós mesmos, através de brigas, violência, exploração, desequilíbrios, frustrações e muitos outros problemas que fazem a nossa infelicidade.
Portanto, aproveitemos mais esta data, para revermos os pedidos do Cristo, para "renovarmos" nossas atitudes. Como disse Celso Martins, no livro "Em busca do homem novo" : "Que surja o homem NOVO a partir do homem VELHO. Que do homem velho, coberto de egoísmo, de orgulho, de vaidade, de preconceito, ou seja, coberto de ignorância e inobservância com relação às leis Morais, possa surgir, para ventura de todos nós, o homem novo, gerado sob o influxo revitalizante das palavras e dos exemplos de Jesus Cristo, o grande esquecido por muitos de nós, que se agitam na presente sociedade tecnológica, na atual civilização dita e havida como cristã.
Que este homem novo seja um soldado da Paz neste mundo em guerras. Um lavrador do Bem neste planeta de indiferença e insensibilidade. Um paladino da Justiça neste orbe de injustiças sociais e de tiranias econômicas, políticas e/ou militares. Um defensor da Verdade num plano onde imperam a mentira e o preconceito tantas e tantas vezes em conluios sinistros com as superstições, as crendices e o fanatismo irracional.
Que este homem novo, anseio de todos nós, seja um operário da Caridade, como entendia Jesus: Benevolência para com todos, perdão das ofensas, indulgência para com as imperfeições alheias."
Por isso, nós Espíritas, podemos dizer que, comemoramos a páscoa todos os dias. A busca desta "libertação" e/ou "renovação" é diário, e não somente no dia e mês pré determinado. Queremos nos livrar deste homem velho.  Que ainda dá maior importância para o coelhinho, o chocolate, o bacalhau, etc., do que renovar-se. Que acha desrespeito comer carne vermelha no dia em que o Cristo é lembrado na cruz. Sem se dar conta que o desrespeito está em esquecer-se Dele, nos outros 364 dias do ano, quando odiamos, não perdoamos, lesamos o corpo físico com bebidas alcoólicas, cigarro, comidas em excesso, drogas, sexo desregrado, enganamos o próximo, maltratamos o animal, a natureza, quando abortamos, etc. Aliás, fazemos na páscoa o que fazemos no Natal. Duas datas para reflexão. Mas que confundimos, infelizmente, com presentes, festas, comidas, etc.
Portanto, quando uma instituição espírita se propõe a distribuir ovos de páscoa aos carentes não significa que esteja comemorando esse dia, apenas está cumprindo o preceito de caridade, distribuindo um pouco de alegria aos necessitados.

 Aspectos históricos dos ovos de páscoa

Na antigüidade os egípcios e persas costumavam tingir ovos com cores da primavera e presentear os amigos. Para os povos antigos o ovo simbolizava o nascimento. Por isso, os persas acreditavam que a Terra nascera de um ovo gigante.
Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras figuras religiosas.
Os ovos não eram comestíveis, como se conhece hoje. Era mais um presente original simbolizando a ressurreição como início de uma vida nova. A própria natureza, nestes países, renascia florida e verdejante após um rigoroso inverno.
Em alguns lugares as crianças montam seus próprios ninhos e acreditam que o coelhinho da Páscoa coloca seus ovinhos. Em outros, as crianças procuram os ovinhos escondidos pela casa, como acontece nos Estados Unidos.
Antigamente, me lembro, há mais de 20 anos, o costume era enfeitar e pintar ovos de galinha, sem gema e clara, e recheá-los com amendoim revestido com açúcar e chocolate. Os ovos de Páscoa, como conhecemos hoje (de chocolate), era produto caro e pouco abundante.
De qualquer forma o ovo em si simboliza a vida imanente, oculta, misteriosa que está por desabrochar.
A Páscoa é a festa magna da cristandade e por ela celebramos a ressurreição de Jesus, sua vitória, sua morte e a desesperança (Rm 6.9). É a festa da nova vida, a vida em Cristo ressuscitado. Por Cristo somos participantes dessa nova vida (Rm 6.5).

O chocolate
Essa história tem seu início com as civilizações dos Maias e Astecas, que consideravam o chocolate como algo sagrado, tal qual o ouro. Os astecas usavam-no como moeda.
Na Europa aparece a partir do século XVI, tornando-se popular rapidamente. Era uma mistura de sementes de cacau torradas e trituradas, depois juntada com água, mel e farinha. O chocolate, na história, foi consumido como bebida. Era considerado como alimento afrodisíaco e dava vigor. Por isso, era reservado, em muitos lugares, aos governantes e soldados. Os bombons e ovos, como conhecemos, surgem no século XX. 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

TIRADENTES
Dos infelizes protagonistas da Inconfidência Mineira, no dia 21 de abril de todos os anos, aqueles que podem excursionar pela Terra volvem às ruínas de Ouro Preto, a fim' de se reunirem entre as velhas paredes da casa humilde do sítio da Cachoeira, trazendo a sua homenagem de amor à personalidade do Tiradentes.
Nessas assembléias espirituais, que os encarnados poderiam considerar como reuniões de sombras, os preitos de amor são mais expressivos e mais sinceros, livres de todos os enganos da História e das hipocrisias convencionais.
Ainda agora, compareci a essa festividade de corações, integrando a caravana de alguns brasileiros desencarnados, que para lá se dirigiu associando-se às comemorações do proto mártir da emancipação do País. Nunca tive muito contato com as coisas de Minas Gerais, mas a antiga Vila Rica, atualmente elevada à condição de Monumento Nacional, pelas suas relíquias prestigiosas, sempre me impressionou pela sua beleza sugestiva e legendária. Nas suas ruas tortuosas, percebe-se a mesma fisionomia do Brasil dos Vice-Reis. Uma coroa de lendas suaves paira sobre. as suas ladeiras e sobre os seus edifícios seculares, embriagando o espírito do forasteiro com melodias longínquas e perfumes distantes. Na terra empedrada, ainda existem sinais de passos dos antigos conquistadores do ouro dos seus rios e das suas minas e, nas suas igrejas, ainda se ouvem soluços de escravos, misturados com gritos de sonhos mortos, do seu valoroso heroísmo. A velha Vila Rica, com a névoa fria dos seus horizontes, parece viver agora com as suas saudades de cada dia e com as suas recordações de cada noite.
Sem me alongar nos lances descritivos, acerca dos seus tesouros do passado, objeto da observação de jornalistas e escritores de todos os tempos, devo dizer que, na noite de hoje, a casa antiga dos Inconfidentes tem estado cheia das sombras dos mortos. Aí fui encontrar, não segundo o corpo, mas segundo o espírito, as personalidades de Domingos Vidal Barbosa, Freire de Andrada, Mariano Leal, José Joaquim da Maia, Cláudio Manuel, Inácio Alvarenga, Dorotéia de Seixas, Beatriz Francisca Brandão, Toledo Pisa, Luís de Vasconcelos e muitos outros nomes, que participaram dos acontecimentos relativos à malograda conspiração. Mas, de todas as figuras veneráveis ao alcance dos meus olhos, a que me sugeria as grandes afirmações da pátria era, sem dúvida, a do antigo alferes Joaquim José da Silva Xavier, pela sua nobre e serena beleza. Do seu olhar claro e doce, irradiava-se toda uma onda de estranhas revelações, e não foi sem timidez que me acerquei da sua personalidade, provocando a sua palavra.
Falando-lhe a respeito do movimento de emancipação política, do qual havia sido o herói extraordinário, declinei minha qualidade de seu ex-compatriota, filho do Maranhão, que também combatera, no passado, contra o domínio dos estrangeiros.
- "Meu amigo - declarou com bondade -, antes de tudo, devo afirmar que não fui um herói e sim um Espírito em prova, servindo simultaneamente à causa da liberdade da minha terra. Quanto à Inconfidência de Minas, não foi propriamente um movimento nativista, apesar de ter aí ficado como roteiro luminoso para a independência da pátria.. Hoje, posso perceber que o nosso movimento era um projeto por demais elevado para as forças com que podia contar o Brasil daquela época, reconhecendo como o idealismo eliminou em nosso espírito todas as noções da realidade prática; mas, estávamos embriagados pelas idéias generosas que nos chegavam da Europa, através da educação universitária. E, sobretudo, o exemplo dos Estados Americanos do Norte, que afirmaram os princípios imortais do direito do homem, muito antes do verbo inflamado de Mirabeau, era uma luz incendiando a nossa imaginação. O Congresso de Filadélfia, que reconheceu todas as doutrinas democráticas, em 1776, afigurou-se-nos uma garantia da concretização dos nossos sonhos. Por intermédio de José Joaquim da Maia procuramos sondar o pensamento de Jefferson, em Paris, a nosso respeito; mas, infelizmente, não percebíamos que a luta, como ainda hoje se verifica no mundo, era de princípios. O fenômeno que se operava no terreno político e social era o desprezo do absolutismo e da tradição, para que o racionalismo dirigisse a Vida dos homens. Fomos os títeres de alguns portugueses liberais, que, na colônia, desejavam adaptar-se ao novo período histórico do Planeta, aproveitando-se dos nossos primeiros surtos de nacionalismo. Não possuíamos um índice forte de brasilidade que nos assegurasse a vitória, e a verdade só me foi intuitivamente revelada quando as autoridades do Rio mandaram prender-me na rua dos Latoeiros."
- E nada tendes a dizer sobre a defecção de alguns dos vossos companheiros? - perguntei.
- "Hoje, de modo algum desejaria avivar minhas amargas lembranças. . . Aliás, não foi apenas Silvério quem nos denunciou perante o Visconde de Barbacena; muitos outros fizeram o mesmo, chegando um deles a se disfarçar como um fantasma, dentro das noites de Vila Rica, avisando quanto à resolução do governo da província, antes que ela fosse tomada publicamente, com o fim de salvaguardar as posições sociais de amigos do Visconde, que haviam simpatizado com a nossa causa. Graças a Deus, todavia, até hoje, sinto-me ditoso por ter subido sozinho os vinte degraus do patíbulo." - E sobre esses fatos dolorosos, não tendes alguma impressão nova a nos transmitir?
E os lábios do Herói da Inconfidência, como se receassem dizer toda a verdade, murmuraram estas frases soltas:
- "Sim. . . a Sala do Oratório e o vozerio dos companheiros desesperados com a sentença de morte... a Praça da Lampadosa, minha veneração pelo Crucifixo do Redentor e o remorso do carrasco. . . a procissão da Irmandade da Misericórdia, os cavaleiros, até o derradeiro impulso da corda fatal, arrastando-me para o abismo da Morte..."
E concluiu:
- "Não tenho coisa alguma a acrescentar às descrições históricas, senão minha profunda repugnância pela hipocrisia das convenções sociais de todos os tempos.".
- É verdade - acrescentei -, reza a História que, no instante da vossa morte, um religioso, falou. sobre o tema do Eclesiastes - "Não atraiçoes o teu rei, nem mesmo por pensamentos."
E terminando a minha observação com uma pergunta, arrisquei:
- Quanto ao Brasil atual, qual a vossa opinião a respeito?
- "Apenas a de que ainda não foi atingido o alvo dos nossos sonhos. A nação ainda não foi realizada para criar-se uma linha histórica, mantenedora da sua perfeita independência. Todavia, a vitalidade de um povo reside na organização da sua economia e a economia do Brasil está muito longe de ser realizada. A ausência de um interesse comum, em "favor do País, dá causa não mais à derrama dos impostos, mas ao derrame das ambições, onde todos querem mandar, sem saberem dirigir a si próprios."
Antes que se fizesse silêncio entre nós, tornei ainda:
- Com relação aos ossos dos inconfidentes, vindos agora da África para o antigo teatro da luta, hoje transformado em Panteão Nacional, são de fato autênticos esqueletos dos apóstolos da liberdade? .
- "Nesse particular - respondeu Tiradentes com uma ponta de ironia -; não devo manifestar os meus pensamentos. Os ossos encontrados tanto podem ser de Gonzaga, como podem pertencer, igualmente, ao mais miserável dos negros de Angola. O orgulho humano e as vaidades patrióticas têm também os seus limites... Aliás, o que se faz necessário é a compreensão dos sentimentos que nos moveram a personalidade, impelindo-nos para o sacrifício e para a morte. ..”
Mas, não pôde terminar. Arrebatado num aluvião de abraços amigos e carinhosos, retirou se o grande patriota que o Brasil hoje festeja, glorificando o seu heroísmo e a sua doce humildade.
Aos meus ouvidos emocionados ecoavam as notas derradeiras da música evocativa e dos fragmentos de orações que rodeavam o monumento do Herói, afigurando-se-me que Vila Rica ressurgira, com os seus coches dourados e os seus fidalgos, num dos dias gloriosos do Triunfo Eucarístico; mas, aos poucos, suas luzes se amorteceram no silêncio da noite, e a velha cidade dos conspiradores entrou a dormir, no tapete glorioso de suas recordações, o sono tranqüilo -dos seus sonhos mortos.
Livro:  Crônicas Além Túmulo – cap. 29 - Francisco Cândido Xavier / Irmão X.

terça-feira, 19 de abril de 2011

EM FAMÍLIA
            Uma agradável reunião em família trouxe reflexões importantes. Os vínculos familiares, as lembranças que saltam incontroláveis e mesmo o ambiente emotivo  próprio da ocasião, levam às emoções.
            Misturam-se as gerações, encontram-se e integram-se as famílias; os mais veteranos recordam, assustam-se com os novos que o tempo transformou em adultos. Curioso porque, ao mesmo tempo, os mais novatos promovem o espetáculo da vida humana que se renova todo dia. Muitos estão ausentes,  ou já se foram gerando intensas saudades; outros trazem consigo os laços de futuras famílias que começam a se esboçar nos jovens casais de namorados.
            Depois os abraços, as recordações, a visão de como o tempo passou. E, por mais paradoxal que possa parecer, também o futuro vivo mostrando-se com toda sua força e potencialidade. Que coisa linda é a vida! Que espetáculo de alegria e amor!
            Nela concentram-se maturidade, a juventude, a inocência, a pureza. Nela também está a dificuldade, a esperança, o otimismo, a alegria, a tristeza. Igualmente mostram-se os quadros da diversidade de experiências que trazem a sabedoria, a prudência, o cuidado.
            Por isso mesmo a vida familiar é das mais notáveis oportunidades que recebemos do Criador. É nesta permuta, neste intercâmbio, que crescemos. É justamente através das diferenças que um faz o que outro deixa de fazer; que um ajuda o outro; que um ensina, outro aprende. Estamos todos num grande processo de crescimento individual e coletivo.
            Ora, pois é justamente através da família que surgem os filhos; que o afeto se estabelece, que a estrutura ética, moral e psicológica se forma com segurança.
            Por isso, todo investimento em favor da serenidade familiar é o melhor uso que podemos fazer de nosso tempo, de nossa capacidade. Estruturada a família, nos princípios do amor e do bem, do respeito ao semelhante, da honestidade, enfim, estaremos sendo partícipes de uma sociedade humana mais equilibrada. Não é notável isso?
            Importante, pois, valorizar a família. Mas com um detalhe: nunca de forma egoísta, mas igualmente fomentando noções de solidariedade e cidadania. Fechar-se em si mesmo um grupo familiar é sinal evidente de fracasso, de equívoco no entendimento de seu verdadeiro papel.
            Vamos pensar . Pensar em nossa família . Que tesouro! Quantas alegrias, quanto aprendizado, quantas recordações, perspectivas e esperanças!
Podemos alegar as dificuldades de convivência, enfermidades, os apertos financeiros e demais obstáculos de nosso tempo. Mas consideremos: são desafios de crescimento, são testes de maturidade. No final, o que fica mesmo não é o patrimônio dos bens materiais. O que prevalece mesmo (analisemos) são as emoções vividas. Só os sentimentos é que permanecem. Tratemos, pois, de valorizá-los adequadamente.

domingo, 17 de abril de 2011

Allan Kardec e O Livro dos Espíritos

Outros estudiosos, lúcidos e sérios, empreenderam o tentame de interpretar o homem, elucidando os mistérios nos quais ele se encontrava oculto.

Através dos tempos foram realizadas pesquisas demoradas e aprofundada a sonda de averiguação no corpo ciclópico do conhecimento, buscando-se respostas.

Livros memoráveis foram escritos, abordando o fenômeno da vida e especialmente o ser pensante, significando um passo audacioso nas interpretações valiosas.

Ninguém, no entanto, logrou penetrar tanto nas causas geradoras da vida em si mesma conforme ele o conseguiu.
Sócrates contentou-se em ouvir o seu daimon.

Buda mergulhou em profundo silêncio, descobrindo a felicidade íntima.

Pitágoras construiu a sua escola de sabedoria iniciática em Crotona e transmitiu a técnica do conhecimento imortalista.

Os cristãos primitivos, que se celebrizaram pela busca e dedicação à verdade, defrontaram a Espiritualidade e apaziguaram-se.

Os santos da escatologia católica, em retiros, silêncios e sacrifícios, superaram-se, abrindo espaços para futuras experiências ditosas...

Dante Alighieri vislumbrou as paisagens post-mortem, fazendo grandioso legado à posteridade.

Allan Kardec, entretanto, encarou com coragem os fenômenos da vida e entregou-se por inteiro ao trabalho de demitizá-la dos tabus teológicos, das superstições da ingenuidade, dos arrazoados anticientíficos, que desfrutavam de cidadania cultural.

De princípio, sem parti pris, investigou com absoluta serenidade as manifestações mediúnicas, demandando as suas causas e procurando compreendê-las com o escalpelo da razão, fato após fato, buscando encontrar uma linguagem universal lógica, irrecusável, eliminando todas as hipóteses que não as enfrentassem com segurança.

Identificada essa causa, verificou a qualidade moral dos agentes propiciadores e suas consequências éticas profundas.

Refundiu, ante as sucessivas evidências, as conclusões estabelecidas de começo até quando confirmadas pela demonstração experimental que lhes concedeu legitimidade.

Restituiu a Deus a dignidade perdida ante a vulgar conceituação antropomórfica que os homens Lhe emprestaram e estudou as origens da vida, nos elementos espiritual e material, constitutivos do Universo, para proclamar o mecanismo da evolução num processo constante e irreversível, através das etapas sucessivas da reencarnação que atesta a Sabedoria Divina e propõe a todos os seres a fatalidade da perfeição relativa, que certamente alcançarão.

Passou pelo crivo da observação os antigos postulados religiosos e os analisou com os instrumentos de que dispunha, mediante a constante comunicação com os Espíritos, o que resultou na reformulação da ideia da morte, aniquilando em definitivo esse fantasma de que se utilizavam os fátuos das religiões e das crendices para concederem bênçãos e maldições ao talante da astúcia e do suborno mediante os bens perecíveis.

Allan Kardec situou Jesus no Seu devido lugar como o ser mais perfeito que Deus ofereceu aos homens para servir-lhes de modelo e guia, tornando-O o amigo e irmão mais sábio, que nos ensinou a técnica da felicidade, sem fugir, Ele mesmo, à exemplificação até o holocausto, justo e simples, mestre e companheiro de todas as criaturas.

Enquanto permaneciam os ditames impostos pela presunção dos teólogos, confundindo as leis civis, transitórias, com as leis divinas, Kardec apoiou-se na lei natural – o amor – para lecionar deveres e responsabilidades iguais para todos os homens, que são os construtores do próprio destino.

Perscrutou os problemas decorrentes da exploração do homem pelo homem e recordou a igualdade de direitos e deveres, eliminando todo e qualquer privilégio de casta, credo, posição social e econômica, concedendo à caridade, envilecida pelo pieguismo e adulteração de finalidade, o seu verdadeiro sentido paulino e social, que propicia o socorro ao carente, de imediato, quando for o caso, promovendo-o em seguida, a fim de realizar-se na comunidade onde vive.

Abriu as portas para a investigação paranormal, pioneiro que permanece insuperado, pedagogo e psicólogo exemplar, equilibrado em todas as colocações apresentadas, que fazem de O Livro dos Espíritos, por ele escrito com a cooperação dos Mentores da Humanidade, uma Obra ímpar, que desafia o segundo século de publicação sem sofrer qualquer fissura no seu conteúdo, num período em que todo o conhecimento sofreu contestação e alterou a face cultural da Terra.

O Livro dos Espíritos, desse modo, não é apenas a pedra angular sobre a qual se ergue a Doutrina Espírita, mas, também, é o tratado de robusta estrutura para orientar a Economia, a Sociologia, a Psicologia, a Embriologia, a Ética, então desvairadas, elucidando a Antropologia, a Biologia, a Fé, cujos fundamentos necessitavam da preexistência e sobrevivência do ser inteligente, que o Espiritismo comprovou e tornou acessível a todo examinador consciente e responsável.

Assim, sem O Livro dos Espíritos, com seus parâmetros soberanos e esclarecedores, não existe Doutrina Espírita, tanto quanto sem Allan Kardec não existiria esse colosso granítico demarcador da Humanidade, que é O Livro dos Espíritos, que o porvir bendirá, tornando-se manual iluminativo para as consciências do presente e do futuro.


Vianna de Carvalho
Psicografia de Divaldo Pereira Franco

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Espiritismo aposta em livros eletrônicos!

  EbookO Conselho Espírita Internacional (CEI) e a Federação Espírita Brasileira (FEB), tornam-se parceiras para se consolidarem como pioneiras no mercado brasileiro na edição de livros espíritas em formato digital - eletrônicos (eBook). Este ano a meta é alcançar mais de 600 títulos convertidos, todos eles do catálogo de obras da FEB, que inclui obras de destacados autores como Allan Kardec, Francisco Cândido Xavier e Yvonne Pereira, entre outros. Os livros já podem ser adquiridos nos principais sites de comercialização mundiais como Apple, Barnes&Noble, Google, Publidisa, Saraiva e Submarino. Todos os meses estão sendo negociados novos acordos para ampliar a rede de comercialização existente.
 
A campanha de divulgação da Doutrina Espírita mantém-se firme na divulgação de seus ensinamentos por meio dos livros, seja em formato papel ou através de mídias mais atuais como os audiolivros e os livros eletrônicos. A tecnologia e a evolução do mercado fez dos livros digitais a nova aposta. “Eles são práticos de serem comprados e consumidos em qualquer lugar do mundo, o que agiliza o acesso às Obras Espíritas e sua propagação”, afirma Fernando Quaglia, gerente editorial da EDICEI.
 
Além desta novidade, a EDICEI – EDITORA também colocará seus títulos em diversos idiomas em formato digital à venda. O objetivo é chegar ao final de 2011 com todos os livros publicados (mais de 200), consolidando a proposta de disseminação dos estudos espíritas pelo mundo.
 
O livro digital é o futuro para todas as pessoas, de todas as idades, pois podem ser adquiridos a qualquer momento e em qualquer lugar do mundo, sem a  necessidade de carregar vários livros e acumulando peso. Outra questão relevante é a preocupação com o meio ambiente, pois esta modalidade dispensa o uso de papel em sua confecção. Aproveite esta oportunidade e compre logo os livros digitais dos seus autores favoritos.
 
À venda nas melhores livrarias virtuais!
 
Informações complementares
 
O que é um eBook?
Um eBook ou livro eletrônico, ou ainda livro digital, é um livro ou publicação digitalizada para ser comercializado na Internet, uma vez que seu tamanho, estrutura e desenho tiveram de ser tratados corretamente para que sua visualização, tempo de download e possibilidades de utilização sejam adequados para diversos dispositivos de leitura digitais. 

Vantagens do eBook
1. Acesso universal
De qualquer parte do mundo em que você estiver, tendo acesso à Internet, sempre poderá comprar eBooks sem precisar esperar ou pagar qualquer taxa de frete para que eles cheguem até você. Para a leitura de eBooks não é preciso conexão à Internet. O acesso à rede se faz necessário apenas para a sua compra.
2. Disponibilidade imediata
Comprar, baixar e ler, fácil assim. Não importa se você está no Brasil, e acabou de comprar um livro nos Estados Unidos, depois de adquirir a publicação e fazer o download – o que leva apenas alguns minutos – você estará desfrutando do seu livro digital. Novas funções disponíveis para o leitor, além de acesso universal e disponibilidade imediata, o leitor de eBooks terá à sua disposição todas as vantagens encontradas nos meios eletrônicos, tais como: 
 
- Busca de palavras;
- Inserção de comentários e marcadores;
- Navegação entre páginas;
- Ampliação do tema e bibliografia através de hiperlinks;
- Fácil acesso a notas de rodapé e comentários.
 
Enriquecendo o processo da leitura e a experiência do leitor.
Principais características
  - Para proteger o direito do autor e do editor, a impressão de eBooks só acontece mediante permissão.
- A compra de um eBook é feita sempre através da Internet e seu pagamento deve ser feito através de cartão de crédito ou outro meio eletrônico.
Como se lê um eBook?
O livro eletrônico é lido na tela de um computador, ou em um dispositivo eletrônico para publicações digitais, os eReaders (eBooks podem ser lidos em iPad, Kindle, Sony Reader, Nook, Cooler e similares), assim também como em telefones móveis como iPhone, Black Berry e etc.
Conselho Espírita Internacional

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Histórias Extraordinárias e a Temática Espírita
A temática espírita está presente na nova temporada de Histórias Extraordinárias,que estreia no dia 16,na RBS TV.O primeiro programa, Cartas de Luz, traz como figura central o jornalista Jorge Alberto Mendes Ribeiro e a sua ligação com a doutrina — depois de morto, ele teve uma carta sua psicografada pelo médium Chico Xavier.
— Mendes Ribeiro tinha o espírito investigativo dentro de si. Isso fazia parte do seu trabalho como comunicador íntegro que era. No encontro com Divaldo, cheio de dúvida, ele recebe uma mensagem que só ele poderia saber. Naquele momento, algo mexeu com ele para a vida toda — diz Claudinho Pereira,diretor de Cartas de Luz.
 CARTAS DE LUZ
O programa fala sobre o jornalista e apresentador de TV Jorge Alberto Mendes Ribeiro e sua relação com o espiritismo por meio do médium Divaldo Franco. O médium, durante uma entrevista de rádio para Mendes Ribeiro, psicografou uma mensagem assinada pelo avô do jornalista. Num outro momento, Mendes Ribeiro recebeu uma mensagem com dados que resolviam uma questão judicial. Direção de Claudinho Pereira, com as participações de Fernando Kike Barbosa e Jorge Martins. Roteiro de Tailor Diniz, fotografia de Pablo Escajedo e arte de Adriana Borba.
 RUÍDOS DO ESPÍRITO
Em 1988, os poderes de uma menina, no interior de Santa Rosa, se tornaram manchete nacional. Leonice Fitz, então com 13 anos, movimentava objetos, provocava ruídos e estouros de lâmpadas, entre outros fenômenos. Recentemente, ela faleceu, e agora a mãe, o marido e as amigas contam como tudo aconteceu. Direção de Marta Biavaschi e participação de Amanda Urnau e Evandro Soldatelli. Roteiro de William Mayer, fotografia de Bruno Polidoro, arte de Bernardo Zortea e montagem de Bruno Carboni.
 MUITAS VIDAS
O programa fala sobre Francisco Waldomiro Lorenz, médium espírita, patrono de Loja Maçônica e escritor de 71 obras. Ele falava muitos idiomas, curandeiro homeopata e professor. Nascido na Tchecoslováquia em 1872, veio para o Brasil em 1894. Após sua morte, foi psicografado por Chico Xavier e teve livros editados. Direção e roteiro de Cláudia Dreyer, com participação de Marcos Verza. Fotografia de Pablo Chassereaux, arte de Rodrigo Lopes, música original de Jean Presser e montagem de Fábio Lobanowsky.
 À SOMBRA DA NOITE
O programa fala sobre um acontecimento que chamou a atenção em Porto Alegre, em agosto de 1953: estranhos movimentos e aparições em apartamento na Rua André da Rocha, como a imagem de Santa Bárbara “flutuando” pela sala e a louça sendo espatifada deixavam os moradores assustados. Direção de Juan Zapata, que assina o roteiro com Rafael Guimaraens e Edson Gandolfi. Fotografia de Pablo Chassereaux, arte de Bernardo Zortea, edição de Nathália Silva e produção de Ismael Moraes e Kiko Cunha. 
A série estreia dia 16/4, depois do Jornal do Almoço, no Curtas Gaúchos. O primeiro programa será Cartas de Luz com depoimentos do médium Divaldo Franco e do comunicador Mendes Ribeiro. Não perca Clic RBS

segunda-feira, 11 de abril de 2011

 Visão Científica e Espiritual do Aborto
1. O direito do ser humano à vida é um direito indisponível, desde a concepção, a partir do momento em que o espermatozóide penetra no óvulo, fertilizando-o.
Esse direito é defensável cientificamente, tanto no campo do Direito quanto no âmbito da Medicina.
Essa posição da Ciência é coincidente com a dos Espíritos reveladores, quando, em O Livro dos Espíritos, responderam à pergunta 358: Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?
Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.
No que respeita à ligação do Espírito ao corpo, em nova encarnação, quando se inicia, de fato, uma nova existência física, na Terra, a resposta à questão 344, de O Livro dos Espíritos, é incisiva: Em que momento a alma se une ao corpo?
A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado a habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz [...].
O art. 5o, caput, do cap. I, dos Direitos e Garantias Individuais, da Constituição Federal de 1988, inscreve o cânone da “inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade [...]”, que, ipso facto, estende-se, sem dúvida, ao nascituro. Isso significa que a Constituição vigente revogou a legislação ordinária (Código Penal) quanto à descriminação do aborto provocado nos casos previstos.
Essa exegese é partilhada por Ives Gandra da Silva Martins, dos mais renomados constitucionalistas pátrios, que assevera:
“A lei penal, que permitia o aborto em duas hipóteses (estupro e perigo de vida para a mãe) não foi recepcionada pela Constituição de 1988”.
Comunga também da mesma opinião Zalmino Zimmermann, presidente da Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas (Abrame), em trabalho jurídico elaborado a pedido da Federação Espírita Brasileira (FEB) e distribuído a todos os magistrados brasileiros. E está com a razão ao asseverar, quanto à legalização do aborto no Brasil: “Só restaria a hipótese de uma emenda constitucional”.
E acrescenta:
“Todavia, o art. 60, § 4o, da Constituição, impede totalmente a deliberação em torno de qualquer proposta de emenda tendente a abolir ‘os direitos e garantias individuais’”, citando Ives Gandra, mais uma vez, quando este proclama que o nascituro “não pode ser condenado à morte por lei ordinária”.
2.No que tange às razões médico-científicas, Marlene Rossi Severino Nobre, presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil), em trabalho do gênero, elaborado também a pedido da FEB e que fora, por sua vez, encaminhado a todos os magistrados do Brasil, demonstra o anticientificismo do aborto, mesmo tratando-se do anencéfalo, citando cientistas de nomeada, em nações consideradas muito civilizadas.
Assinala, em seu trabalho, uma espécie de síntese de seu livro O Clamor da Vida,3 que nossa caminhada evolutiva, desde o princípio, através dos ciclos planetários, até ao advento da razão, ascende à cifra ciclópica de 3 bilhões e 800 milhões de anos, segundo dados da Ciência (Geologia, Biologia, Paleontologia, etc.).
Acrescenta, depois, que no zigoto ou célula-ovo (o óvulo depois de fertilizado) estão os germens de sua evolução fisiológica, até que ocorra o nascimento, repetindo, na gestação, por via da ontogênese, toda a sua evolução filogenética de bilhões de anos. Daí poder-se afirmar que “a ontogênese recapitula a filogênese”.
No livro citado, à página 126, diz Marlene Nobre:
"Do zigoto ao feto, o ser parte de uma única célula, para a extraordinária complexidade multicelular do surpreendente recém-nascido, passando, nas primeiras semanas do desenvolvimento embrionário, por todas as etapas principais que atravessou: ser unicelular, peixe, anfíbio, réptil, ave, e, finalmente, mamífero superior".
É preciso que fique claro que, à luz da revelação espírita, a evolução do ser se processa nos dois planos, físico e extrafísico, em
obediência a um Planejamento Inteligente.
O corpo espiritual, ou perispírito, funciona como um depósito psíquico, na infinda caminhada evolutiva do ser, arquivando o acervo arquimilenar das experiências adquiridas, refletindo, relativamente, no corpo físico, toda vez que o Espírito retoma a existência corpórea.
Assim, toda a embriogênese obedece ao molde do Espírito – o perispírito.
De estrutura tridimensional, nele está registrada a súmula das fases evolutivas pelas quais transitou a espécie, no passado, até chegar à época atual. Na verdade, é o perispírito que guarda a forma específica de cada ser. É esta, noutras palavras, a lição do prof. Hernane Guimarães Andrade, de saudosa memória, que preleciona:
Ao efetuar sua ligação com o ovo – organismo monocelular – o MOB [Modelo Organizador Biológico] inicia a recapitulação da história de sua espécie, nele gravada em forma de estruturas espaço-tempo sucessivas. A estrutura espaço-tempo total do MOB apresenta uma organização definida e característica para cada espécie viva.
No mesmo sentido, André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, informa:
É assim que dos organismos monocelulares aos organismos complexos, em que a inteligência disciplina as células, colocando-as a seu serviço, o ser viaja no rumo da elevada destinação que lhe foi traçada no Plano Superior, tecendo com os fios da experiência a túnica da própria exteriorização, segundo o molde mental que traz consigo [...].
Na visão espírita, os argumentos de cunho científico e filosófico, somando-se ao sentimento de amor e solidariedade universais (Religião no sentido cósmico), revigoram a convicção de que o aborto, em qualquer das alternativas, é crime, crime hediondo, contra quem não tem como se defender.
Realizado o aborto, mesmo no caso de pretensa permissão legal, o Espírito reencarnante, revoltado pela perda da oportunidade de retornar à liça da experiência física, que lhe seria tão útil e necessária, pode voltar-se, odioso, contra a mãe e todos os partícipes da interrupção da gravidez. Daí Emmanuel dizer:
Admitimos seja suficiente breve meditação, em torno do aborto delituoso, para reconhecermos nele um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões.

Conseqüências do Aborto
Invoca-se o direito da mulher sobre o próprio corpo como um dos mais fortes argumentos para justificação do aborto, entendendo-se que o filho é propriedade da mãe, não tendo identidade própria, e é ela quem decide se ele deve viver ou morrer. Esquece-se de que Deus lhe confia o Espírito que irá reencarnar, concedendo-lhe a bênção da maternidade e desenvolvendo suas possibilidades de bem orientá-lo para a vida.
A mulher – argumenta-se – tem o direito de escolher se quer ou não ser mãe e tem toda liberdade de exercê-lo. Entretanto, após a concepção passa a existir o direito de viver de um outro ser, o do nascituro: que se sobrepõe à rejeição materna.
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Weimar Muniz de Oliveira
Fonte: Revista Reformador - março/2008


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Aspectos Espirituais e Científicos da Depressão nos Médiuns

Entrevista com  Dr. Roberto Lúcio Vieira de Souza, Especializado em Psiquiatria, Vice-Presidente da Associação Médico Espírita do Brasil, Psiquiatra e Psicoterapeuta do Instituto de Assistência Psíquica Renascimento (B.H) e Assessor de Pesquisas da AMEMG, ao Departamento de Orientação da Mediunidade da União Espírita Mineira  

1. Há alguma semelhança entre a depressão e a mediunidade atormentada?

R. Antes de mais nada é preciso que se defina o que seja depressão e o que se entender por mediunidade atormentada. Sem esse entendimento estaremos nos referindo a conceituações leigas, não necessariamente dentro dos aspectos que um estudo como esse pretende.
A expressão depressão encontra-se em voga na atualidade, usando-a não só no seu sentido verdadeiro, como também, no aspecto de stress ou mesmo no de esconder a verdadeira sintomatologia do indivíduo (alcoolismo, viciações, distúrbios de personalidade, etc.).
Leigamente, depressão significa tristeza, qualquer sentimento associado a contrariedade. No sentido patológico, o seu significado é mais amplo e suas nuanças das mais variadas. Depressão é um estado psíquico onde a criatura apresenta-se triste, sem interesse para as coisas que antes realizava ou buscava, além de falta de energia. Geralmente, ela é acompanhada de falta de apetite, insônia, perda do interesse sexual e da capacidade de trabalho. Nas suas formas mais graves, associa-se a um sentimento de ruína, um desejo de morte e até de auto-extermínio, chegando, nas melancolias involutivas, ao desinteresse tão grande da vida associado com conteúdos delirantes, que a criatura passa a acreditar ter partes do corpo mortas ou que ele próprio já morreu, passando o organismo a não absorver os nutrientes a ele oferecido. Algumas vezes, a depressão pode se apresentar mascarada, ocultando o sentimento de tristeza, deixando como forma de expressão a ansiedade ou diversos sintomas psicossomáticos, dando a impressão de uma verdadeira doença orgânica.
Esses processos depressivos podem ter as causas mais variadas, desde os distúrbios neuroquímicos, passando por patologias orgânicas e situações traumáticas, até as questões espirituais, em especial, as obsessivas.
Do ponto de vista espiritual, na sua condição mais íntima, o deprimido é uma criatura rebelde, ele não aceita os limites que a vida lhe impõe, recusa-se a aceitar suas provas e posiciona-se contra a divindade ao ver seus desejos ou vontades negados “pela vida”. Prefere morrer psiquicamente (apatia e a hipobulia) ou fisicamente( auto-extermínio ou o suicídio indireto)a viver conforme a Lei.
A expressão mediunidade atormentada leva-nos a pensar em diversas situações, nas quais a criatura portadora da faculdade mediúnica vê-se em sofrimento com a manifestação da mesma. Pode ocorrer nos médiuns iniciantes, onde a mediunidade de prova ou expiação carreia energias espirituais mais difíceis, oriundas de outras vivências da criatura. Surge, também, naqueles que recusam-se ao exercício da mesma por rebeldia ou preconceito; nos que trazem sua mediunidade vinculada a processos espirituais de ódio e vingança, com presença de entidades obsessoras; nas mediunidades associadas a patologias mentais, propiciando campo para as entidades sofredoras e zombeteiras; e nos casos em que o sensitivo abandone o seu trabalho de intercâmbio sem motivos justos, para seu bel prazer, onde a culpa, o compromisso assumido e a retenção dessas energias associadas a processos obsessivos provocarão as manifestações tormentosas.
Dentro desse leque de opções, tanto no sentido da depressão quanto no caso da mediunidade atormentada, poderemos encontrar vários pontos de intercessão entre a mediunidade conturbada e os processos depressivos. Necessariamente, estes últimos não têm que ser acompanhados da primeira, mas a mediunidade atormentada sempre apresentará aspectos depressivos.
Na presença de sintomatologia que identifique a depressão é importante que se procure um especialista que possa diferenciar os dois processos, introduzindo medicamentos e terapêuticas quando necessárias ou orientando para Casa Espírita e os tratamentos que se façam imprescindíveis ou, ainda, associando-os quando preciso.
No caso dos médiuns que se recusam a exercer sua faculdade mediúnica, numa expressão clara de rebeldia, provavelmente o processo depressivo estará presente ou se instalará, devido à postura rebelde da individualidade.

2. Por que os médiuns, quase em sua generalidade, apresentam distúrbios afetivos ?

R. Novamente, é preciso definirmos o que seja distúrbios afetivos, pois esse é um termo clínico, aceito nos meios acadêmicos, que identifica os quadros psicopatológicos caracterizados pela presença de alterações de humor desde os processos depressivos até os de mania (onde a criatura encontra-se em estado doentio de euforia) ou na presença de ambos intercalados ou simultâneos.Dentro desse ponto de vista, não é verdadeiro que os médiuns, em sua generalidade, sejam portadores de distúrbios afetivos.

Na realidade, a grande maioria dos médiuns são criaturas em processo de retomada da caminhada evolutiva, individualidades que se apresentam comprometidas com as leis morais, portadores de sérios distúrbios na área das emoções e dos sentimentos, tornando-os indivíduos afetivamente desequilibrados.
Esse desequilíbrio pode ser explicado, por outro lado, pela própria faculdade mediúnica, onde o intercâmbio vibracional sendo mais ostensivo provoca graves distorções nas manifestações afetivas dessas criaturas. Muitas das chamadas alterações de humor seriam de outros espíritos, que ao se vincularem àquele médium, fariam-no exteriorizar sentimentos não necessariamente presentes no seu campo psíquico, naquele momento.
Outro fator, merecedor de estudos mais profundos, seria a condição de organicidade da mediunidade. Certamente, existem estruturas, mediadores e mecanismos cerebrais, ainda pouco conhecidos por nós, dirigidos pelos centros vitais do perispírito, que interfeririam na condição emocional dos médiuns facilitando esses desequilíbrios.
O cérebro é “simples” computador que, estimulado eletroquimicamente, decodifica esses sinais, dando a consciência dos mais diversos fenômenos, sensações e sentimentos, que a criatura encarnada possa apresentar. Assim, para que o médium possa decodificar e expressar conscientemente as impressões recolhidas, durante o intercâmbio mediúnico, provavelmente, é necessário que sejam manipulados os canais cerebrais identificadores dessas mesmas vivências. Ou seja, é bem provável, que o mecanismo mediúnico envolva os mesmos mediadores químicos responsáveis pela depressão, quando da presença de um espírito deprimido, no campo de comunicação do medianeiro.
Esse mecanismo facilitaria alguns tipos de desequilíbrios emocionais para o sensitivo, no entanto, a presença da predisposição íntima para essas mesmas vivências só fará agravar as influenciações e os processos psíquicos doentios do médium serão de maior intensidade.

3. Os portadores de mediunidade apresentam um campo mental e cerebral propício às depressões? Por que?


R. Essa pergunta, dentro dos conhecimentos que possuímos não pode ser respondida claramente, já que sâo ainda desconhecidos os campos mentais e cerebrais dos médiuns. Entretanto, dentro do bom senso de que a mediunidade é uma faculdade neutra, não responsável pelos quadros psicopatológicos instalados nos médiuns, quando da ausência de obsessão, como afirma-nos Kardec em O Livro dos Médiuns, podemos verificar na prática dos consultórios psiquiátricos e dos centros espíritas, que nos é permitido ponderar que a faculdade mediúnica não predisponha ao ser viver essas formas doentias de sentir só por sua presença.

4. Um médium em crise depressiva aguda deve afastar-se do exercício mediúnico? Em caso afirmativo: por que? E por quanto tempo?

R. Como dissemos em outras respostas, existem depressões e depressões, ou seja, graus dos mais variados, precisando que seja feito um diagnóstico claro do quadro para uma posterior orientação ao médium. Para isso, é necessário procure-se um profissional da área, conhecedor da Doutrina Espírita, capaz de orientar em ambos os sentidos.
Nos seus graus mais simples, nos processos reativos, quando a criatura apresenta sintomas depressivos por problemáticas do cotidiano, sem ter a perda da capacidade de raciocínio e de trabalho, onde a depressão não impede as atividades diárias, acreditamos não haja necessidade de um afastamento do trabalho mediúnico.
Nos quadros agudos, onde ocorre uma desvitalização do medianeiro, com perda parcial ou total e temporária de sua condição “normal”, seria interessante um afastamento pelo menos por igual período do comprometimento, para evitar o desgaste psíquico e energético do mesmo, não o afastando, porém, de atividades doutrinárias outras capazes de auxiliá-lo em sua recuperação, como reuniões de estudos, utilização da fluidoterapia e atividades assistênciais.
Nos quadros mais graves, em especial, naqueles com presença de sintomas psicóticos é totalmente contra-indicada a participação em reunião de intercâmbio mediúnico. Se o doente já freqüentava a atividade deve ser afastado, mantendo-se em tratamento a distância, somente retornando em quadro de franca recuperação e por orientação de profissional espírita e dos orientadores dessas reuniões. Os pacientes que precisam manter-se no uso de anti-psicóticos por tempo indeterminado e cuja sintomatologia comprometa sua condição orgânica e mental, devem ser orientados a procurarem outro tipo de atividade doutrinária mais condizente com a sua situação atual.
É importante frisarmos que as reuniões de intercâmbio deveriam servir para a assistência aos desencarnados e não para o atendimento aos encarnados. A equipe mediúnica deve ser como uma equipe médica, na terra, afinada em seus propósitos e capacitada para o atendimento. O desequilíbrio de um dos seus participantes pode perturbar todo o grupo, afastando-o do seu real objetivo.
Um fato que precisa de reflexão, por parte da comunidade espírita, é sobre a dificuldade que os espiritistas, em sua maioria, têm de aceitarem procurar um psiquiatra ou psicólogo, quando diante de uma problemática no campo emocional. É claro, que existe um grande preconceito por parte da própria pessoa, mas, também, pelos companheiros de Casa Espírita, embasado num orgulho e vaidade, que não são condizentes com a nossa necessidade de reforma íntima. Esse tipo de ação só dificulta a recuperação da criatura.
A mediunidade não é panacéia. Vemos muitos dirigentes e espíritas indicarem o desenvolvimento mediúnico para qualquer um, por qualquer problema, como se o contato com as entidades espirituais fosse suficiente para terminar com todas as nossas mazelas.
Essa atitude (muitas vezes, cheia de melhor intenção) é por si só perigosa, quando não leviana, sendo a causadora de muitas das agressões que são dirigidas ao Espiritismo, fruto do pouco estudo e reflexão sobre tema tão importante dentro do Movimento Espírita.


5. A obsessão pode causar ou agravar um caso de depressão? Como se dá a atuação dos obsessores em nível dos neurotransmissores?

R. Sim. Os processos obsessivos podem causar e agravar os quadros depressivos.
Talvez, fosse mais interessante que substituíssemos a palavra causar por induzir, já que toda obsessão começa no campo mental da criatura, que por culpa ou invigilância, predispõem-se a ação maléfica de entidades espirituais sofredoras.
Quanto a ação de entidades espirituais à nível de neurotransmissores, ela deve ocorrer sempre, por ação indireta, como falávamos em outra questão, e estar presente, por atuação consciente, quando da presença de entidades do mundo inferior de profundo conhecimento do assunto. Seriam cientistas do Mundo espiritual  inferior, a atuarem por estímulos eletroquímicos nos sistemas cerebrais específicos, que controlam o humor, bloqueando ou estimulando a produção de determinadas substâncias, ou seja, os neurotransmissores.

6. Se um desencarnado estiver em depressão , o médium poderá assimilar esse quadro?

R. Certamente. E essa assimilação terá uma relação direta com o grau de relacionamento e sintonia entre encarnado e desencarnado. Sendo assim, a presença de culpa, a predisposição orgânica e mental, a sensibilidade mediúnica e a invigilância, nas ações do cotidiano, serão elementos determinadores dessa assimilação.
Essa ação espiritual poderá ser temporária ou crônica, de conformidade com o estado de sintonia do médium.


7. A oração tem uma ação profilática sobre os neurotransmissores cerebrais?


R. Recordando-nos do Mestre Jesus, ao afirmar-nos que “tudo que pedirmos em oração, ser-nos-á dado”, acreditamos que o estado vibratório oriundo de uma prece sentida, em toda a sua expressão, é capaz de movimentar estruturas e mecanismos, em nosso organismo, levando-nos aos estados mais sadios, de nossa condição evolutiva.

8. O exercício mediúnico correto é fator de equilíbrio nas depressões? Por quê?

R. Como dissemos anteriormente, não acreditamos que o exercício mediúnico deva ser usado como forma de tratamento para as criaturas que estejam passando pelos processos depressivos mais sérios. No entanto, o exercício correto da mediunidade com Jesus é instrumento profilático para nossa mente, diminuindo nossa propensão aos processos patológicos de toda monta ou proporcionando-nos melhores condições de enfrentarmos nossas provas.
A mediunidade equilibrada oferece ensinamentos vários aos portadores dessa faculdade, entre esses, o do contato com a dor do outro, que entendida e auxiliada, criará para nós uma aura de harmonia e saúde.
O médium, ao assumir espontaneamente o seu trabalho, foge de suas atitudes pretéritas de rebeldia e egoísmo, e assim, afasta-se das causas espirituais da depressão.

9. O tratamento da depressão pode ser feito somente utilizando-se da terapêutica espírita dos passes e água fluida , dispensando o tratamento médico?


R. O homem é um ser integral, uma entidade triunitária, composta de espírito, perispírito e corpo físico; necessita, portanto, de um tratamento que o atenda em todos os seguimentos do seu ser. Da mesma forma que ocorre uma lacuna na assistência quando o facultativo materialista se atêm ao atendimento do corpo físico, o espírita que não cuida do seu instrumento orgânico deixa por desejar.
A busca de assistência espiritual ostensiva, quando a medicina terrestre já possui formas de assistência positivas, é uma maneira de ocupar os espíritos superiores, com tarefas para as quais já estariam dispensados, ocupando-lhes uma fração de tempo, que poderia ser utilizada em trabalhos, que só eles podem realizar.
Por outro lado, a não utilização das orientações espirituais, nos casos de doenças para as quais a medicina ainda não tem tratamento ou que não encontramos solução adequada, é sinal de falta de fé ou da presença de orgulho. E tanto uma como a outra situação exige-nos ponderação e mudança íntima.