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terça-feira, 26 de outubro de 2010

 
CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIVÓRCIO E A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO
Ao tratar sobre o matrimônio em 'O Livro dos Espíritos', Allan Kardec, na questão 695, indagou se "o casamento, ou a união permanente de dois seres, é contrária à lei natural". De pronto, os mensageiros do além responderam que é um progresso na lei natural. A união livre e casual dos sexos é um estado natural. O casamento é um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e aparece entre todos os povos, ainda que em condições diversas. A abolição do casamento seria o retorno à infância da humanidade e colocaria o homem até mesmo abaixo de alguns animais que dão exemplo de uniões constantes.
Por outro lado, a idéia de que o casamento não pode ser absolutamento dissolvido, conforme a obra primeira do Espiritismo, é uma lei humana muito contraria à lei natural. Isso porque a falta de simpatia entre os seres que têm de viver juntos é fonte de desgostos e amarguras, que envenena toda a existência. Mas, alerta a Espiritualidade, em geral somos nós mesmos os principais responsáveis por essas infelicidades. Primeiro, porque os homens acreditam que Deus obriga os seres a ficar com aqueles que os desagradam, criando suas leis com base nesta compreensão equivocada. Segundo, porque na maioria das uniões as pessoas procuram mais a satisfação do orgulho e da ambição do que a felicidade de uma afeição mútua.
Portanto, o Espiritismo considera a união entre duas pessoas como um ato de responsabilidade mútua, que deverá ser cumprido dentro dos princípios do respeito, da afetivadade e da caridade.
A Doutrina não defende a tese da indissolubilidade do casamento. O divórcio não é contrário a lei de Deus, mas a rigor não deve ser facilitado. O casamento será sempre um instituto benemérito. É bem verdade que existem uniões extremamente complicadas e Deus jamais institui princípios de violência. Nestes casos, com o objetivo de evitar situações que agravem mais ainda os próprios débitos, dispõem os cônjuges da faculdade de interromper, recusar, modificar ou adiar o desempenho dos compromissos que abraçaram pelo matrimônio.
O divórcio, pois, baseado em razões razoáveis, é providência humana e claramente compreensível nos processos de evolução pacífica. Submetidos às vezes aos limites máximos da resistência, é natural que o esposo ou a esposa, relegado a sofrimento indébito, se valha do divórcio por medida radical contra o suicídio, o homicídio ou calamidades outras que lhes complicariam ainda mais o destino, como ensina Emmanuel no livro "Vida e Sexo".
Portanto, compete ao Espírita tão-somente reconfortar e reanimar os irmãos em casamentos de provação, a fim de que se sobreponham às próprias suscetibilidades e aflições, vencendo as duras etapas de regeneração ou expiação que, quase sempre, rogaram antes do renascimento no Plano Físico, em auxílio a si mesmos.
Ainda, faz-se necessário desenvolver as qualidades da alma para possibilitar um ajustamento harmonioso entre os componentes do grupo familiar e, quando se instala o conflito, a recomendação é de que se procurem todos meios de resolução do problema antes de optar pela separação. Lembrando sempre que cada um responderá por seus atos, perante sua própria consciência e perante os fatos dos quais participou e foi causador.

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