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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

EUTANÁSIA: HOMICÍDIO COM PRETEXTO DE CONSOLAÇÃO E AMOR
 Em 'O Evangelho Segundo o Espiritismo', o Espírito São Luís alerta para que evitemos "abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque este minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro" (Capítulo V - Item 28).
O tema Eutanásia é suficientemente abordado nas obras básicas da Doutrina Espírita, especialmente no 'Livro dos Espíritos' e no 'Evangelho Segundo o Espiritismo'. Na obra primeira, os Espíritos Superiores que responderam aos questionamentos de Kardec informam ser culpado todo aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência, mesmo nos casos de morte inevitável, porque da mesma maneira que o suicídio, a Eutanásia constitui uma falta de resignação e de submissão à Vontade de Deus.
Inicialmente, argumentam os Benfeitores Espirituais que o homem não possui recursos inegáveis para inferir a proximidade da morte. Embora os diagnósticos apurados e as aparências de que o momento derradeiro tenha chegado, inúmero são os exemplos de pacientes que, mesmo desenganados pela medicina terrena, receberam o socorro inesperado, recuperando-se e gozando ainda longos anos de vida. Em outros casos, ocorre do doente, antes de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes suas faculdades. Esta hora de graça pode lhe ser de grande importância, pelas reflexões que possa promover e pelos tormentos que podem ser evitados num relâmpago de arrependimento.
Por outro lado, precisamos tomar consciência que estamos num Planeta de Provas e Expiações, de forma que tudo o que nos sucede é conseqüência de nossas existências anteriores ou dos desatinos da atual experiência corpórea. Estamos na Terra, pois, para concluirmos nossas provas. É bem verdade que devemos nos esforçar para amenizar nossas expiações, de acordo com a Lei de Amor e Caridade, mas é importante entender que o sofrimento, no final da vida na Terra, seja pela doença incurável, seja pelo desgaste natural do corpo físico, é uma das formas de aproveitamento do Espírito em contato com a matéria, resgatando faltas, ou progredindo através do sacrifício.
Cortar uma vida no final da reencarnação é suprimir a oportunidade que tem o Espírito de superar-se, levando, em sua volta ao Mundo Espiritual, a condição de vencedor. Nas palavras de Emmanuel, "a agonia prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do Espírito em marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida imortal" (resposta à questão 106 do livro 'O Consolador', psicografado por Chico Xavier).
Não cabe, portanto, a ninguém, o direito de fazer cessar o processo do sofrimento por meio da eutanásia, mesmo porque a morte do corpo não anula o fenômeno da necessidade específica de cada um, nos múltiplos estágios do crescimento espiritual.
JUNTO A UM LEITO DE DOR
Felizes da Terra! Quando passardes ao pé dos leitos de quantos atravessam prolongada agonia, afastai do pensamento a idéia de lhes acelerardes a morte!...
Ladeando esses corpos amarrotados e por trás dessas bocas mudas, benfeitores do plano espiritual articulam providências, executam encargos nobilitantes, pronunciam orações ou estendem braços amigos! Ignorais, por agora, o valor de alguns minutos de reconsideração para o viajor que aspira a examinar os caminhos percorridos, antes do regresso ao aconchego do lar. Se não vos sentis capacitados a oferecer-lhes uma frase de consolação ou o socorro de uma prece, afastai-vos e deixai-os em paz!...
As lágrimas que derramam são pérolas de esperança com que as luzes de outras auroras lhes roçam a face!... Esses gemidos que se arrastam do peito aos lábios, semelhando soluços encarcerados no coração, quase sempre traduzem cânticos de alegria, à frente da imortalidade que lhes fulgura do Além!...
Companheiros do mundo, que ainda trazeis a visão limitada aos arcabouços da carne, por amor aos vossos sentimentos mais caros, dai consolo e silêncio, simpatia e veneração aos que se abeiram do túmulo! Eles não são as múmias torturadas que os vossos olhos contemplam, destinadas à lousa que a poeira carcome... São filhos do Céu, preparando o retorno à Pátria, prestes a transpor o rio da Verdade, a cujas margens, um dia, também vós chegareis!...
André Luiz (do livro 'Sexo e Destino', psicografias de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, cap. 7, p. 272-273, 1. ed. especial, FEB).
EXPIAÇÃO
Considerando que a vida no corpo só se justifica para o Espírito se levar em conta a necessidade que tem de evoluir, até ao ponto de não mais estar sujeito à esteira extensa das reencarnações, é de boa oportunidade transcrever-se também o caso em frente, narrado no mesmo livro de Adelino (Chico de Francisco, Adelino da Silveira, 1. ed. Editora Cultural União, págs. 54-55). Chico visitou durante muitos anos um jovem que tinha o corpo totalmente deformado e que morava num barraco à beira de uma mata. O estado de alienado mental era completo. A mãe deste jovem era também muito doente e o Chico a ajudava a banhá-lo, alimentá-lo e a fazer a limpeza do pequeno cômodo em que moravam. O quadro era tão estarrecedor que, numa de suas visitas em que um grupo de pessoas o acompanhava, um médico perguntou ao Chico:
__ Nem mesmo neste caso a eutanásia seria perdoável?
__ Não creio, doutor, respondeu-lhe o Chico. Este nosso irmão, em sua última encarnação, tinha muito poder. Perseguiu, prejudicou e com torturas desumanas tirou a vida de muitas pessoas. Algumas o perdoaram, outras não e o perseguiram durante toda a sua vida. Aguardaram o seu desencarne e, assim que ele deixou o corpo, eles o agarraram e o torturaram de todas as maneiras durante muitos anos. Este corpo disforme e mutilado representa uma bênção para ele. Foi o único jeito que a Providência Divina encontrou para escondê-lo de seus inimigos. Quanto mais tempo agüentar, melhor será. Com o passar dos anos, muitos de seus inimigos o terão perdoado. Outros terão reencarnado. Aplicar a eutanásia seria devolvê-lo às mãos de seus inimigos para que continuassem a torturá-lo.
__ E como resgatará ele seus crimes? Inquiriu o médico.
__ O Irmão X costuma dizer que Deus usa o tempo e não a violência.

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