A HORA DA DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Na
gênese dos males que afligem o homem e a Humanidade, permanece a ignorância.
Seja
por desconhecimento da verdade ou se expresse em forma de desprezo por ela, a
ocorrência é a mesma.
O
único antídoto eficaz e mais imediato para esse mal é o ensino, que acende a
luz do discernimento com que o homem descobre e adota os princípios hábeis para
a felicidade, mediante os comportamentos coerentes em relação à vida.
A
dor, irrompendo devastadora, no organismo individual ou social, é uma
metodologia rápida para o despertamento da consciência, terapêutica promotora
de revolução grave, que traduz a mudança de atitude, renovando as paisagens
íntimas sob o clamor da afeição, linguagem de momentâneo efeito, que predispõe
para o conhecimento libertador...
O
amor, em doação espontânea, promove os fatores que ensejam a abertura do
sentimento e da razão para o saber, através do qual se logram os valiosos
tesouros para a conduta equilibrada.
A
fome, a enfermidade, a carência de recursos financeiros sensibilizam,
convidando-nos ao auxílio.
Na
matriz, porém, dessas afligentes conjunturas, jaz a ignorância das Divinas
Leis, desrespeitadas por precipitação ou má fé, nos vários estados de rebeldia
galvanizadora.
Na
etiopatogenia das alienações de natureza psiquiátrica ou por obsessão, está
viva e atuante a ignorância, que aguarda a terapia do esclarecimento, como
medida de socorro imediato para posterior ou simultâneo atendimento que
favoreça a libertação.
O
conhecimento é luz acesa na noite da ignorância, clareando os rumos.
A
Doutrina Espírita, porque representa a mais completa expressão do divino
pensamento, que pode ser examinado e vivido pela razão, não deve enclausurar-se
em chavões ultrapassados, aprisionando-se em limites que atendam a paixões e
“pontos de vista”, por mais respeitáveis se apresentam.
Doutrina
de livre exame, também o é de livre ação, convidando cada consciência a assumir
responsabilidades, após iluminada pelo ensino espírita, de cujos resultados
responderá, hoje ou depois, sem mecanismos de evasão, nem justificações urdidas
por meio de maquiavelismo de qualquer natureza.
Há
muita angústia aguardando a contribuição espírita, e muita loucura necessitando de socorro espírita.
Todos
os nobres contributos lavrados na Codificação Kardequiana – viga mestra,
inconfundível e indispensável, do edifício do Espiritismo – independentes da
ação de grupos ou consensos humanos, são de valiosa e urgente necessidade de
aplicação.
Obviamente,
a ação em grupo, o trabalho em equipe, resultando da permuta de experiência
como dos estudos bem dirigidos, torna-se de alto significado.
Todavia,
não somente através de tal metodologia, senão, também, pela atividade
individual, abnegada e rica de devotamento de cada espírita.
O
apóstolo Paulo encontrou Jesus, e, não obstante sofrendo as suspeitas da grei,
doou-se à tarefa do esclarecimento e da iluminação de consciência, até a morte,
já então amado pelos companheiros, escrevendo com sabedoria e renúncia a
história da doutrina cristã nas paisagens ermas dos corações e das terras que
percorreu...
Pedro
levantou-se do delíquio moral da negação, saindo a ensinar e a viver o Cristo,
tornando-se o maior exemplo de fé viva do colégio Galileu, que conheceu e viveu
com o Mestre...
Allan
Kardec, sofrendo calúnias, e acusações indébitas, permaneceu fiel aos ditames
da “Vozes dos Céus”, trazendo à Terra o Consolador, sem excogitar da conveniência de pessoas ou de grupos que o apedrejaram e
feriram com todas as armas da covardia e da inveja, fazendo o legado do Pentateuco
insuperável e sempre atual, porque elaborando com os metais da verdade,
trabalhados no fogo da dedicação e do sacrifício integral.
Não
há, portando, por que malbaratar-se recursos nem desperdiçar tempo, enquanto os
desafios permanecem vitimando e destruindo vidas.
Todos
os espíritas sinceros, estudiosos e afeiçoados ao bem, encontram-se convocados
para o ministério do auxílio, através da difusão dos postulados espíritas, que,
propiciando perfeito entendimento das lições evangélicas, representam a medicação
oportuna e urgente para a massa desesperada, o homem aturdido...
Sem
complexidades nem estruturações estapafúrdias, trabalhemos na sã divulgação do
Espiritismo.
Não
basta apontar erros. Indispensável saná-los.
Muito
cômodo é estabelecer e impor diretrizes para os outros. Urgente, no entanto,
vivê-las.
Fácil
é condenar e agredir. O desafio, porém, é mudar a situação.
O
conhecimento espírita objetiva reformular as atuais conceituações e transformar
as estruturas vigentes, facultando felicidade às criaturas, sem o que perde a
finalidade.
Esta
é, por consequência, hora de decisão espírita.
Uma
página espírita breve é carta de alento ao homem em depressão.
Uma
palestra espírita é classe de otimismo e ensino para a ignorância em
predomínio.
Um
livro espírita é curso de profundidade para despertamento e conduta dos que se
atêm no desconhecimento dos valores e da oportunidade da vida.
Uma
conferência espírita é fecundo veio aurífero de informação e roteiro, ao
alcance de quem pensa.
Um
debate espírita é intercâmbio de
esclarecimentos com que se reformulam conceitos.
A
ação espírita, em qualquer lugar, é vida nova, atraente, chamando a atenção
para a liberdade e a saúde.
Firmar-se
no contexto da revelação espírita para ensinar e informar é fundamental, nos
momentos que vivemos.
Na
hora da Informática com os seus valiosos recursos, o espírita não se pode
marginalizar, sob pretexto pueris, em que disfarça a timidez, o desamor causa
ou a indiferença pela divulgação, porquanto o único antídoto à má Imprensa, na
sua vária expressão, é a aplicação dos postulados espíritas, hoje ainda
ignorados e confundidos com as superstições, crendices, sofrendo as velhas conotações infelizes com que o caluniaram no
passado, aguardando ser despojado das mazelas que lhe atiraram os frívolos e os
déspotas, os fanáticos e os de má fé, quanto os que se apoiavam nos interesses
subalternos inconfessáveis...
Hora
de mentalidades abertas às informações de toda ordem, este é o nosso momento de
programar tarefas, fomentar a divulgação por todos os meios, tornando-se cada
companheiro honesto e dedicado, nova “carta-via” para a estruturação de um
homem melhor, portanto, de uma sociedade mais justa, uma humanidade mais feliz.
Caridade
para com o Espiritismo é dever de todos que nele haurem paz e vigor, sendo
nossa maneira de exercê-la, divulgá-lo, levá-lo à ignorância e àqueles que
sofrem a férrea prisão, sem desânimo e
nem tergiversação de nossa parte. (*)
(*)
A presente mensagem foi escrita com a participação do espírito Hugo Reis. Nota
do médium.
Extraído
da obra mediúnica Reflexões Espíritas, capítulo 28, pelo espírito Vianna de
Carvalho, psicografia de Divaldo Pereira Franco.
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