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sábado, 31 de dezembro de 2011

 ANTE O ANO NOVO
     Ao finalizar o ano 1900, muitos pensadores argumentavam que o raiar do século XX marcaria o fim da fase religiosa da História.

        Mas cá estamos, no século XXI e a mensagem do Cristo está bem viva e forte no pensamento e no coração de incontáveis pessoas.

        Voltaire, escritor francês do século XVIII, imbuído desse espírito cristão, teve oportunidade de produzir excelentes peças de caráter religioso.

        Hoje, neste início de mais um ano, é importante revermos tais escritos que nos remetem a uma profunda fé em Deus.

        Exatamente aquele Deus que Jesus nos revelou como o Pai de todos nós. Um Pai que ama e por amor nos sustenta os dias.

        Deus de todos os seres, de todos os mundos, de todos os tempos. Se é permitido a frágeis criaturas, não percebidas para o resto do Universo, atrever-se a Te pedir algo, a Ti, que tudo nos tens dado;

        A Ti, cujos decretos são imutáveis e eternos;

        Olha com piedade os erros de nossa natureza. Que esses erros não sejam calamidades.

        Afinal não nos deste o coração para nos aborrecer e as mãos para nos agredir.

        Faze com que nos ajudemos mutuamente a suportar o fardo de uma vida penosa e fugaz.

        Que as pequenas diferenças entre os trajes que cobrem nossos frágeis corpos, entre nossas insuficientes linguagens,entre nossos ridículos usos, entre nossas imperfeitas leis, entre nossas insensatas opiniões, entre nossas condições tão desproporcionadas aos nossos olhos e tão iguais diante de Ti;que todos esses matizes, enfim, que distinguem os átomos chamados homens, não sejam sinais de ódio e de perseguição.

        Que aqueles que acendem velas em pleno meio-dia para Te celebrar, tolerem os que se contentam com a luz de Teu sol.

        Que os que cobrem seus trajes com tela branca para dizer que devemos amar, não detestem os que fazem o mesmo sob uma capa de lã negra.

        Que seja igual adorar-Te em dialeto formado de uma língua antiga e em uma recém-formada.

        Que todos os homens se recordem de que são irmãos!

        Se os açoites da guerra forem inevitáveis, dá-nos condições de não nos desesperarmos.

        Que não nos destrocemos uns aos outros em tempos de paz.

        Que empreguemos o instante de nossa existência em bendizer em milhares de idiomas, desde o Sião até a Califórnia, Tua bondade que nos concedeu este instante.
*   *   *
        Originados da mesma fonte, amparados pelo mesmo Pai, todos os homens somos irmãos.

        Se as fronteiras nos dividem em países e nações, se os idiomas nos criam dificuldades de comunicação, se as distâncias nos impedem de nos entrelaçarmos, a vibração da fraternidade deve vigorar em nossos corações.

        Todos fomos criados por amor, somos filhos da Luz e destinados à Luz.

        Por ora, e somente por agora, nos situamos em painéis diferentes. Mas um dia, além do corpo, transcorrido todo o caminho, todos chegaremos ao mesmo fim. A Casa do Pai. A perfeição.

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