Nos dias atuais, assistimos a dificuldade humana de se posicionar de forma serena frente aos dissabores da vida. Ao tratarmos do tema, naturalmente recordamos das palavras do Cristo, incitando-nos ao perdão das ofensas ao oferecer a outra face. Inicialmente, é preciso compreender que esta exortação não significa deixar de resistir ao mal que nos queiram fazer, especialmente quando as ofensas se justificam infundadas e levianas.
Conforme orientação de Joanna de Ângelis, no livro "Nascente de Bênçãos", oferecer a outra face significa não se colocar na posição de vítima, pois esta é uma atitude típica daqueles que não aceitam a dor como crescimento, acreditando-se injustiçados diante das circunstâncias. A mansuetude e a passividade frente às ofensas geram confusão, fazendo muitos acreditar se tratar de postura covarde e sinal de fraqueza. Podemos depreender das palavras de Jesus que diante da violência ofereçamos a paz, a justiça e a serenidade.
Jesus nos convida a sermos diferentes de nossos agressores. Os animais quando acossados se defendem com violência, pois esta é a única forma de defesa coerente que conhecem. O ser humano já desponta conquistas morais e de civilidade que lhe permite ultrapassar as barreiras do animalismo. Diante de uma ofensa, surgindo a oportunidade de se defender coerentemente, sem se rebaixar ou mesmo usar de violência, deve-se procurar uma defesa sadia, sem cometer injustiças.
Mas quando a ofensa não enseja a correta defesa, saber calar e contar com Deus é a melhor resposta, posto que muitas vezes nós fomos partícipes da ação ofensiva praticada contra nós, na medida em que demos motivos suficientes para a reação do outro. Nesses casos, somente a compreensão justa de que somos criaturas passíveis de erros, nos fará compreender o ofensor, ensejando uma mudança de postura da nossa parte.
É preciso nos conscientizarmos de que somos criaturas marcadas pela necessidade de progresso. Por isso, muitas vezes os golpes desferidos pelos nossos irmãos de jornada são sinalizadores da necessidade de mudança interior, de nossa reformulação de posturas e atitudes. Avaliemos também o lugar que nosso irmão se encontra. Talvez ele esteja passando por dores muito maiores do que a nossa.
São chegados os tempos em que devemos ser reconhecidos como cristãos mediante às ações e sentimentos fraternos que denotam a diferença no trato com as pessoas e as dificuldades. Jesus não convidou à conformação diante dos insultos, mas sim a serenidade de compreender a posição daquele que ofende, avaliando primeiramente se não oferecemos algum motivo para estarmos recebendo aquele tratamento descortês.
Dar a outra face é mudar a paisagem, é uma ação positiva diante de uma negativa.(Texto elaborado pela Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem de origem desconhecida).
Assim, quando todos atiram pedras, ofereça uma flor.
Quando todos caminham para o lado errado, mostre o passo certo.
Se tudo estiver escuro, se nada puder ser visto, acenda você uma luz, ilumine as trevas com uma pequena lâmpada.
Quando todos estiverem chorando, dê o primeiro sorriso; não com lábios sorridentes, mas com um coração que compreenda, com braços que confortem.
Quando ninguém souber coisa alguma, e você souber um pouquinho, ensine, começando por aprender, corrigindo-se a si mesmo.
Quando alguém estiver angustiado, mostre-lhe a face do conforto.
Se encontrar alguém em desespero, acene com a esperança, mesmo que isso seja um desafio para você mesmo.
Quando a terra dos corações estiver seca, que sua mão possa regá-las.
Quando a flor do afeto estiver sufocada pelos espinhos da incompreensão, que sua mão saiba arrancar a praga, afagar a pétala, acariciar a flor.
Onde haja portas fechadas para o entendimento, leve a chave da concórdia e da compreensão.
Onde o vento sopra, frio, enregelando corações, que o calor de sua alma seja proteção e abrigo.
Se alguém caminha sem rumo, mostre-lhe as pegadas que conduzem a um porto seguro.
Onde a crítica azeda for o assunto principal, ofereça uma palavra de otimismo, um raio de esperança, uma luz que rompe as trevas e clareia o ambiente mental.
Quando todos parecerem perdidos, mostre o caminho de volta.
Quando a face da solidão se mostrar como única alternativa na vida de alguém, seja uma presença que conforta, ainda que uma presença silenciosa.
Onde o manto escuro da morte se apresenta como um beco sem saída, fale da vida exuberante que aguarda os seres que fazem a passagem pela porta estreita do túmulo.
Seja você a oferecer a face sorridente e otimista da vida, onde a tristeza e o pessimismo marcam presença.
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