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sexta-feira, 24 de setembro de 2010


PLASTICIDADE DO PERISPÍRITO: ZOANTROPIA E OVÓIDES


A zoantropia e a ovoidização são fenômenos que podem ser explicados pela plasticidade do perispírito. Para o melhor entendimento do assunto, faz-se necessária a revisão de alguns conceitos básicos apresentados pelos Espíritos Superiores. Em 'O Livros dos Espíritos', obra primeira da Codificação, os instrutores espirituais afirmam que, além de Deus - a Inteligência Suprema - existem dois elementos distintos no universo criado: a matéria e os Espíritos. Com relação à matéria, referem-se a um elemento primitivo, cujas modificações e aglomerações dão origem a tudo que conhecemos no mundo material. Esta matéria elementar, que está sujeita a manipulações através da vontade do Espírito, foi denominada Fluido Universal.
Sendo distintos da matéria, os Espíritos não possui as mesmas propriedades que o elemento material, tal como a ponderabilidade. Apenas envolvidos por uma "vestimenta" constituída de Fluido Universal, o Espírito se apresenta com forma e pode agir no mundo material. Por isso, quando alguém afirma ter visto um Espírito, na verdade observa seu  perispírito; que é a roupagem na qual se apresenta.
Os Espíritos são imateriais, porque sua essência difere de tudo o que conhecemos como matéria. Uma comunidade de cegos não teria termos para exprimir a luz e seus efeitos. O cego de nascença acredita ter todas as percepções pela audição, pelo olfato, pelo paladar e pelo tato. Ele não compreende as idéias que lhe dariam o sentido que lhe falta. Do mesmo modo, em relação à essência dos seres sobre-humanos, somos como verdadeiros cegos. Podemos defini-los somente por comparações sempre imperfeitas, ou por um esforço de nossa imaginação" (comentário de Allan Kardec à questão 82 de 'O Livro dos Espíritos').
"O Espírito é envolvido por uma substância vaporosa para vós, mas ainda bem grosseira para nós (Espíritos); é suficientemente vaporosa para poder se elevar na atmosfera e se transportar para onde quiser" (resposta à questão 93 de 'O Livro dos Espíritos').
"O Espírito tira seu envoltório semi-material do fluido universal de cada globo. É por isso que não é igual em todos os mundos. Ao passar de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório, como trocais de roupa. O envoltório semi-material do Espírito tem formas determinadas e pode ser perceptível, tem a forma que lhe convém. É assim que se apresenta, algumas vezes, nos sonhos, ou quando estais acordados, podendo tomar uma forma visível e até mesmo palpável" (resposta à questão 94 de 'O Livro dos Espíritos').
Segundo Gúbio, instrutor de André Luiz, constante no livro "Nos Domínios da Mediunidade", os casos de zoantropia e ovoidização são modificações perispirituais que refletem na aparência dos Espíritos. O perispírito é matéria plástica, amoldável, que pode ser manipulada pelo pensamento. O grau em que pode se operar essa manipulação depende do estado evolutivo do espírito. Quanto mais evoluído ele for, com mais facilidade e em maior grau poderá atuar sobre o seu corpo perispiritual, dando-lhe a forma que desejar.
A Zoantropia é um fenômeno no qual o Espírito, pelo seu padrão inferior de pensamentos e à inferioridade, vai degradando sua aparência até ficar numa configuração disforme, que lembre um animal, ou até exatamente igual à um deles. Ainda, pode passar por esse processo sobre uma espécie de influência hipnótica exercida por outro espírito, de intelectualidade superior, mas igualmente inferior em moralidade, que lhe exerce um domínio negativo. Essas formas são as mais diversas, mas em geral são um misto de homem e animal, com cara de homem, chifres, rabo e pés de animais, entre outros. Quando o espírito atinge esse estado de degradação, ele cai em uma espécie de inconsciência de si mesmo, e o processo de recuperação dele vai depender, nessa fase e inicialmente, de seus protetores espirituais, a partir do momento que conseguem ter acesso à ele.
O Espírito André Luiz, no livro "Libertação", ditado através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, nos traz o relato de um caso de ação perniciosa da hipnose sobre o Espírito {perispírito} de uma mulher desencarnada, vítima de remorsos pelos abortos provocados. Qual se estivesse num tribunal, o magistrado austero determinou a confissão da mulher que, ao final de sua fala, foi condenada e persuadida a se sentir na condição de uma loba (licantropia).
Como já vimos, o que operou essa transformação foi o fato dela ter se deixado hipnotizar pelo juiz, através de sua sintonia mental, produzindo alterações em seu perispírito. Para reverter a situação, seria necessário o esforço íntimo para renovar-se mentalmente, afeiçoando-se ao bem e à influenciação dos benfeitores espirituais. Era indispensável que ela tivesse vontade para tanto e melhorasse a sua sintonia mental.
O PROCESSO DE OVOIDIZAÇÃO
Outra condição em que podem se apresentar os Espíritos é decorrente do processo denominado ovoidização, que compreende o definhamento do perispírito até sua transformação em uma forma ovóide. O termo ovóide é utilizado porque esta formação atípica do perispírito o deixa semelhante a um ovo. Este processo geralmente ocorre em função de forte monoideísmo de Espíritos que, mantendo-se presos em idéias fixas, privam-se dos mais simples cuidados de integridade pessoal. Com isso, não havendo outros estímulos, o perispírito se retrai ou se atrofia tal como acontece com os órgãos físicos nos casos de paralisia. Este fenômeno também pode ser provocado pela ação hipnótica de entidades experientes, e não somente por questões de ordem inferior.
Os obsessores desencarnados se utilizam desses ovóides para intensificar o cerco às suas vítimas, ligando-os a elas. Instala-se então o chamado parasitismo espiritual, através do qual o obsidiado passa a viver o clima criado pelos obsessores e agravado pelas ondas mentais altamente perturbadoras dos ovóides. Ainda em "Libertação", encontramos relato de um personagem no qual se via várias formas ovóides, escuras e diferenciadas entre si, aderidas em seu perispírito. Estes Espíritos em estado de ovoidização vincularam-se ao personagem, que de modo geral lhes aceitou a influenciação, em função dos pensamentos de remorso.
Tal processo obsessivo ocorre com a ligação dos ovóides ao obsidiado por ordem do próprio obsessor que, movido pelo desejo de vingança, mobilizam ovóides para transformá-los em instrumentos de seus propósitos inferiores.
Cumpre ressaltar que a ovoidização é um estado decorrente da transformação que sofre o perispírito. Não implica, todavia, em retrogradação do espírito, pois, como ensina a questão 118 do "Livro dos Espíritos", o espírito pode ficar estacionário em sua evolução, porém nunca degenerar. Mesmo os espíritos que sofrem essa modificação não perdem as conquistas evolutivas que já tenham adquirido.
A reencarnação é o salutar remédio para a ovoidização, quando o Espírito tem a oportunidade de recompor seu Corpo Perispiritual juntamente com a nova forma carnal. "Onde colocamos o pensamento, aí se nos desenvolverá a própria vida". Devemos nos preocupar com nossos atos e pensamentos, para não nos distanciarmos da lei de amor, porque, conforme ensinou o Mestre Jesus, onde estiver nosso tesouro, aí estará também o nosso coração. E cumprir a sua recomendação: "vigiai e orai, para que não entreis em tentação".

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