ATEISMO
Na Revista Espírita de junho 1867, Allan Kardec coloca
a análise de um leitor do livro de Monsenhor Dupanloup sobre suas ideias a
respeito do assunto, que segundo Monsenhor o ateísmo e a incredulidade invadem
a sociedade atual.
Diz o articulista que em muitos pontos a Igreja
afastou-se do sentido real das Escrituras e do pensamento dos escritores
sacros; que a religião não pode senão ganhar com uma interpretação mais
racional que, sem tocar nos princípios fundamentais dos dogmas, se conciliasse
com a razão; que o Espiritismo, fundado sobre as próprias leis da natureza, é a
única chave possível de uma interpretação sadia e por isto mesmo o mais
poderoso remédio contra o ateísmo.
Allan Kardec coloca sua análise dizendo ser o autor
ligado às crenças católicas, demonstra grande erudição teológica com tanta
facilidade que nos leva a crer não estar no começo dessas matérias e que deve
ter sido algum eminente teólogo em sua precedente existência. Termina Kardec
seu comentário da seguinte forma: "sem partilhar de todas as suas ideias,
dizemos que do ponto de vista em que se colocou, nem podia falar melhor, nem de
outro modo e que fez uma coisa útil à época em que estamos."
Herculano Pires em seu livro "O Homem Novo"
cap. 2º coloca, "A vida perde o seu sentido, a sua significação, a sua
razão de ser, quando o homem se afasta da compreensão espiritual, buscando no
momento material a única explicação das coisas". Mais adiante prossegue:
"O materialista intelectual, que se apoia numa doutrina filosófica
negativa, sente-se forte para enfrentar o mundo enquanto não lhe faltam as forças
físicas e os recursos materiais da existência. Mas diante do desastre, do
fracasso temporário, de uma mutilação moral ou física, essa ideia será
facilmente eclipsada por outra; a do nada. Por outro lado, no reverso da
medalha, a crendice do religiosismo comum não é menos perigosa que o
materialismo. O homem que crê sem indagar, sem compreender nem querer
compreender, apegado às crenças que lhe impuseram através da tradição está
sujeito as mesmas dolorosas surpresas daquele que não crê. Ateísmo e crendice
são os dois extremos perigosos da condição humana".
Foi por isso que Allan Kardec apresentou, em "O
Evangelho Segundo o Espiritismo", esta legenda de luz: "Só é
inabalável a fé que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da
humanidade".
Combatendo o materialismo com as próprias armas deste, através da observação e da experimentação científica, o Espiritismo combate por outro lado, o religiosismo cego. Não combate nenhuma religião, mas combate o fanatismo religioso."
Combatendo o materialismo com as próprias armas deste, através da observação e da experimentação científica, o Espiritismo combate por outro lado, o religiosismo cego. Não combate nenhuma religião, mas combate o fanatismo religioso."
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