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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

        
SOFREMOS ?

Costumamos ouvir:
“Aqui se faz, aqui se paga”
  Analisando, é o mesmo que o princípio de causa e efeito.
Porém, quando se fala em pagar, quitar débitos, sejam de reencarnações anteriores ou mesmo da atual, o que vem em mente é: Sofrimento, tortura, tristeza sem fim.
Criou-se essa cultura de que pagar é sofrer.
Contudo, a realidade vai distante disso e muitas vezes estamos quitando nossos chamados “débitos”, de maneira suave, Tranquila, diria até que imperceptível.
  Para “quitar dividas” não precisamos necessariamente sofrer.  Deus, Pai de Infinita Bondade,  nos concede pagamentos á prazo, freqüentemente utilizando nossas habilidades, nossas aptidões como instrumento de nossa própria libertação, ou seja, ao mesmo tempo que quitamos débitos, colaboramos com o semelhante, desenvolvemos potencialidades, aprendemos e ainda sentimos prazer com tudo isso.
É a força do universo a concorrer para nossa felicidade!
A grande questão está em que algumas pessoas vivem com os olhos focados em problemas, daí provém que muitos consideram a existência pesada, densa e por vezes torturante.
E as provas em suas bocas logo tornam-se carmas, explodindo em frases do tipo:
-          Meu companheiro(a) é um  carma!
-          O que fiz em outra existência para merecer tanto sofrimento!
Com uma visão dessas certamente pagar ou não pagar débitos será sempre uma sensação penosa, porque se enxerga a vida de forma penosa.
E chega a ser engraçado como alguns vêem méritos no fato de sofrer: Aquele que muito sofreu certamente muito pagou e muitas venturas irá conseguir – Conclamam, justificando o sofrimento alheio, ou quem sabe até o próprio.
Não é bem assim. Em O Evangelho segundo o espiritismo, CAP V – Bem Aventurados os Aflitos – o Espírito Lacordaire, dá a seguinte mensagem intitulada Bem e Mal sofrer:
18. Quando o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence", não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcional às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.
O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se entorpeceria a vossa alma. Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral. Nenhuma recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem; mas, Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: "Fui o mais forte."
Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso. - Lacordaire. (Havre, 1863.) 

  Resumindo, o mérito reside justamente na forma que encaramos os embates da vida, eis porque um motivo mais que imediato para que encaremos o “Quitar Débitos” de maneira positiva, as aflições de forma serena, as injurias de maneira sensata, a vida de forma entusiasmada.
O sucesso existencial não está baseado na intensidade do sofrimento, mas sim, na forma como o encaramos.
Tenhamos coragem, para que a existência seja de vitória sobre o pessimismo,  vitória sobre nós mesmos.

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