RECURSOS
FINANCEIROS AUTOSSUFICIÊNCIA NA CASA ESPÍRITA
“A
igreja (da Antioquia) não era rica, mas a boa vontade dos componentes parecia
provê-la das graças abundantes. Emmanuel/Francisco Xavier” – Paulo e Estevão-
Cap. 4.
“Para
alguém fazer qualquer coisa de sério, tem que se submeter às necessidades
impostas pelos costumes da época em que vive e essas necessidades são muito
diversas das dos tempos da vida patriarcal. O próprio interesse do Espiritismo
exige, pois que se apreciem os meios de ação para não ser forçoso parar a meio
do caminho. Apreciemo-los, portanto, uma vez que estamos num século em que é
preciso calcular tudo”. (Allan Kardec - Obras Póstumas- Constituição do
Espiritismo – Vias e meios).
Kardec
já demonstrava a preocupação em adequar as receitas às despesas na instituição
espírita a qual, por ser uma “empresa do Cristo” em nossas mãos, deve
acompanhar a realidade dos tempos, enxugando-se custos e buscando-se eficiência
e qualidade nas ações empreendidas.
É
preciso buscar meios de subsistência dos centros, creches, abrigos, albergues,
escolas hospitais, meios de comunicação entre tantas outras responsabilidades
similares. Muitas dificuldades enfrentará a instituição que não for trabalhando
para tornar-se independente das subvenções públicas ou particulares. Tal não
significa descartá-las sistematicamente, mas sim implantar uma atividade digna,
constante e lucrativa movida pelo trabalho que possa produzir recursos, os
quais sejam aplicados com equilíbrio, planejamento e honestidade.
Com
esta linha de raciocínio cumpre distinguir meios adequados para angariar
recursos evitando os que não condizem com a legalidade ou não sejam oriundos do
trabalho honesto e digno. Aos tradicionais eventos beneficentes juntem-se
atividades culturais, bazares, livrarias e similares desde que condizentes com
a moral e os bons costumes.
Outro
cuidado que se deve ter é a adaptação aos meios de pagamento vigentes. Há
algumas décadas, apenas o dinheiro em espécie circulava, passando-se aos
cheques e, mais recentemente aos cartões, o chamado dinheiro de plástico e às
transações eletrônicas. Instituições mais estruturadas, principalmente no Sul e
Sudeste, já vêm utilizando cartões de crédito/ débito personalizados,
administrados por bandeiras conceituadas, que permitem angariar de forma
segura, percentuais das compras efetuadas no mercado em geral por colaboradores
que a eles aderem voluntariamente. Tal exemplo poderá ser adotado por outras
instituições, isoladamente ou em grupos, o que contribuirá para minimizar
graves problemas de insuficiência financeira de muitas instituições, os quais,
fatalmente, trazem impactos negativos sobre o funcionamento destas.
Justo
reconhecer a necessidade de dinheiro para manutenção das atividades
doutrinárias e assistenciais, contudo que não nos escravizemos a ele, correndo
o risco de nociva dependência. Indispensável, portanto, às instituições
espírita, aceitar doações de verbas públicas que emanam do povo, para suporte
às suas obras. Inadmissível, porém, sob todos os aspectos, é o dirigente
espírita imiscuir-se, ingênua ou enganosamente em questões políticas
partidárias e fazer publicamente apologia aos gestores do poder temporal,
repassadores destes recursos. De acordo com Jesus, a moeda material não poderá
suplantar jamais a missão sublime do amor em nossos corações.
*Sócio
efetivo e membro do Conselho Deliberativo da Federação Espírita do Estado de
Goiás e sócio efetivo do Hospital Espírita Eurípedes Barsanulfo- Casa de
Eurípedes. Contato: francisco_juniorb@yahoo.com.br.
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