SEJA MUITO BEM VINDO AO BLOG DO GRUPO ESPÍRITA ALVORADA DA PAZ - BAGÉ, RS - BRASIL

segunda-feira, 25 de março de 2013



RECURSOS FINANCEIROS  AUTOSSUFICIÊNCIA NA CASA ESPÍRITA
* Francisco Batista Menezes Júnior
“A igreja (da Antioquia) não era rica, mas a boa vontade dos componentes parecia provê-la das graças abundantes. Emmanuel/Francisco Xavier” – Paulo e Estevão- Cap. 4.
“Para alguém fazer qualquer coisa de sério, tem que se submeter às necessidades impostas pelos costumes da época em que vive e essas necessidades são muito diversas das dos tempos da vida patriarcal. O próprio interesse do Espiritismo exige, pois que se apreciem os meios de ação para não ser forçoso parar a meio do caminho. Apreciemo-los, portanto, uma vez que estamos num século em que é preciso calcular tudo”. (Allan Kardec - Obras Póstumas- Constituição do Espiritismo – Vias e meios).
Kardec já demonstrava a preocupação em adequar as receitas às despesas na instituição espírita a qual, por ser uma “empresa do Cristo” em nossas mãos, deve acompanhar a realidade dos tempos, enxugando-se custos e buscando-se eficiência e qualidade nas ações empreendidas.
É preciso buscar meios de subsistência dos centros, creches, abrigos, albergues, escolas hospitais, meios de comunicação entre tantas outras responsabilidades similares. Muitas dificuldades enfrentará a instituição que não for trabalhando para tornar-se independente das subvenções públicas ou particulares. Tal não significa descartá-las sistematicamente, mas sim implantar uma atividade digna, constante e lucrativa movida pelo trabalho que possa produzir recursos, os quais sejam aplicados com equilíbrio, planejamento e honestidade.
Com esta linha de raciocínio cumpre distinguir meios adequados para angariar recursos evitando os que não condizem com a legalidade ou não sejam oriundos do trabalho honesto e digno. Aos tradicionais eventos beneficentes juntem-se atividades culturais, bazares, livrarias e similares desde que condizentes com a moral e os bons costumes.
Outro cuidado que se deve ter é a adaptação aos meios de pagamento vigentes. Há algumas décadas, apenas o dinheiro em espécie circulava, passando-se aos cheques e, mais recentemente aos cartões, o chamado dinheiro de plástico e às transações eletrônicas. Instituições mais estruturadas, principalmente no Sul e Sudeste, já vêm utilizando cartões de crédito/ débito personalizados, administrados por bandeiras conceituadas, que permitem angariar de forma segura, percentuais das compras efetuadas no mercado em geral por colaboradores que a eles aderem voluntariamente. Tal exemplo poderá ser adotado por outras instituições, isoladamente ou em grupos, o que contribuirá para minimizar graves problemas de insuficiência financeira de muitas instituições, os quais, fatalmente, trazem impactos negativos sobre o funcionamento destas.
Justo reconhecer a necessidade de dinheiro para manutenção das atividades doutrinárias e assistenciais, contudo que não nos escravizemos a ele, correndo o risco de nociva dependência. Indispensável, portanto, às instituições espírita, aceitar doações de verbas públicas que emanam do povo, para suporte às suas obras. Inadmissível, porém, sob todos os aspectos, é o dirigente espírita imiscuir-se, ingênua ou enganosamente em questões políticas partidárias e fazer publicamente apologia aos gestores do poder temporal, repassadores destes recursos. De acordo com Jesus, a moeda material não poderá suplantar jamais a missão sublime do amor em nossos corações.
*Sócio efetivo e membro do Conselho Deliberativo da Federação Espírita do Estado de Goiás e sócio efetivo do Hospital Espírita Eurípedes Barsanulfo- Casa de Eurípedes. Contato: francisco_juniorb@yahoo.com.br.

Nenhum comentário: