Muitas pessoas têm dúvida se o Espiritismo permite
tatuagens para o trabalhador espírita. Em princípio, cabe lembrar que a
Doutrina Espírita nada proíbe. No entanto, dota os indivíduos de
elementos para reflexão para que decidam conscientemente. Não é a
utilização de tatuagens que desmerecerá o caráter de uma pessoa. No
entanto, alguns tipos de tatuagens, com motivos funestos, classificam-se
como inconvenientes e impróprias para um trabalhador espírita.
Segundo Divaldo Pereira Fraco, respeitado médium e
orador espírita, pessoas que tatuam o corpo inteiro ou o enchem de
piercings, são almas que ainda trazem reminiscências vivas de
encarnações em épocas bárbaras, quando guerreiros sanguinários se
utilizavam desses meios para se impor frente aos adversários.
Necessário sairmos da superficialidade. A questão
cultural é muito importante para entendermos porque alguns povos adotam
certos costumes estranhos a outras culturas. Na Tailândia, fronteira com
Myanmar, antiga Birmânia, existe uma tribo isolada onde as mulheres
cultuam pescoços longos. Para tal, utilizam argolas no pescoço, desde a
infância, para provocar o aumento do pescoço.
Para os integrantes da tribo, todo este procedimento é
muito natural, pois faz parte de suas crenças e seus costumes. Trata-se
de culto ao corpo e a beleza, sem conotação de auto-agressão.
Nota-se que a compreensão espiritual dos nativos
dessa tribo é bastante diferenciada do restante do mundo. Essas
particularidades de entendimento implicam em conseqüências diferentes no
mundo espiritual, pois cada qual está na situação de elevação
espiritual que já tenha conquistado.
É necessário compreender o indivíduo de forma
integral. As reações expressas no corpo são conseqüências de seus
pensamentos e, estes, resultado das crenças, experiências e visão de
mundo. Tudo é muito relativo até que se descubra como funcionam
determinadas Leis Divinas. A Doutrina dos Espíritos não proíbe -
esclarece. Não condena - conscientiza. Não se coloca ‘em cima do muro’,
mas mostra como construir e trilhar o melhor caminho.
Uma tatuagem por si só não faz ninguém melhor ou
pior. No entanto, perguntemos o que está por trás dessa tatuagem? Quais
sãos os sentimentos, os anseios, as crenças daqueles que cobrem seus
corpos com tais símbolos?
É preciso compreender as razões de alguém tatuar todo
o corpo, camuflando-se de si mesmo. Grande parte o faz conduzido pelo
modismo. Outros tantos ainda se encontram presos a hábitos de outras
encarnações, que transitam do inconsciente para o consciente do
indivíduo, resultando na transfiguração do indivíduo.
O Espiritismo não julga, porém compreende que, com o
amadurecimento, o Espírito cultivará apenas os valores que nortearão sua
verdadeira vida. Tatuagens, piercings são todas práticas transitórias.
Convém perceber, contudo, se tais pessoas estão abaladas,
desequilibradas emocional e espiritualmente. O que as faz quebrar a
barreira do bom senso e do discernimento? Por que provocam para si as
dores e sofrimentos?
Frente a tais perguntas, a Doutrina Consoladora busca
no íntimo do ser o seu real problema. Convida-o ao autoconhecimento e
ao exercício do auto-aprimoramento. Recomenda bom senso, amor a si
mesmo, equilíbrio e a busca incessante ao Pai Criador, o único que
poderá nos preencher de alegria e felicidade.
Hoje a moda cobre o corpo de desenhos e objetos.
Amanhã o mundo será coberto de almas verdadeiramente engajadas no
trabalho de servir, deixando de lado o culto exterior – superficial –
para as conquistas de valores espirituais duradouros.
Analisemos a alma para descobrir o porquê do
estado do corpo. Compreendamos o profundo para entender claramente o
superficial. O certo e o errado; o bem e o mal nada mais são que
experiências condizentes ou não com as Leis Naturais. Valorizar o corpo e
a alma é ensinamento que todos os homens compreenderão e, então, já não
discutiremos assuntos superficiais, mas assuntos da alma. Deixando do
lado o embrulho para valorizar o conteúdo.